Pluchea quitoc DC.

Quitoco, lucera, tabacarana e madrecravo.

Sinonímia 
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera
Família 
Informações gerais 

Originária da América do Sul, ocorre principalmente no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Cultivada em hortas caseiras como ornamental e para fins medicinais. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, analgésica, antiespasmódica, antisséptica, febrífuga, carminativa, eupéptica e broncodilatadora[1,2,3,4,5].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 58-62.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 230-232.
3 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 173-175.
4 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 154.
5 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 132-134.
6 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 222-225.
Descrição da espécie 

Planta herbácea, perene, aromática, pode atingir até 1,5 m de altura, de caule anguloso, cilíndrico, multialado, com densa pubescência lanuginosa, lenhoso na base e fibroso na parte superior, dotado de alas membranáceas verdes; folhas simples, alternas e oblongas, alongadas, serreadas, rígido-pubescentes, estendendo-se ao longo do caule, medindo cerca de 8 a 14 cm de comprimento x 2 a 4 cm largura; as flores são esbranquiçadas, quando novas, castanho, quando maduras, dispostas em capítulos subglobosos, denso-corimbosos terminais, paniculados, sésseis, providos de brácteas involucrais estreito-lanceoladas e branco-pubescentes; frutos tipo aquênio, pequenos e globosos[1,2,3,4].

Referências descrição da espécie
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 154.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 223.
3 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 133.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 58.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Madre-cravo Ceará (Brasil) Planta toda

Antidispéptica, carminativa e antiespasmódica.

Infusão.

Uso oral.

-

[ 1 ]
Lucera, quitoco, tabacarana e madrecravo Brasil Talo e folha

Digestivo e expectorante.

Chá.

Tomar 1 xícara de chá (média) 2 vezes o dia.

-

[ 2 ]
Lucera, quitoc, yacare-caa e yerba del lucero Argentina Parte aérea

Carminativa, antiespasmódica, anti-inflamatória, febrífuga, tônica, calmante e nos distúrbios estomacais e hepáticos. 

Decocção.

-

-

[ 3 , 4 ]
Yerbs lucera, lucera e quitoco Uruguai Folha e caule

Eupéptica, sedativa, febrífuga, hepatoprotetora e no tratamento da gonorreia.

Infusão.

-

-

[ 3 , 4 ]
Yerbs lucera, lucera e quitoco Uruguai Folha e caule

Antitussígena, antipirética e antisséptica.

Infusão.

Associar com mate.

-

[ 3 , 4 ]
Yerbs lucera, lucera e quitoco Uruguai Planta toda

Estomáquica e tônica.

Decocção.

-

-

[ 3 , 4 ]
Quitoco Brasil (indígenas) -

Antimalárica.

-

-

-

[ 4 ]

Referências bibliográficas

1 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 157.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 154.
3 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 133.
4 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 223.

Anti-inflamatória e Antinociceptiva

Anti-inflamatória e Antinociceptiva
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 600 g do material vegetal (pó) em 1800 mL de etanol à 98%. Rendimento: 6,17%. Concentrações para ensaio (uso tópico): 1,25, 2,5 e 5,0 mg/orelha. Dose para ensaio: 1,0, 1,5 e 2 g/kg. 

In vivo:

Em camundongos Swiss e ratos Wistar tratados com o extrato vegetal e submetidos aos testes de edema de orelha induzido por óleo de cróton, edema de pata induzido por carragenina e formalina, contorções abdominais induzidas por ácido acético e movimento da cauda.

Observou-se que o extrato de P. quitoc apresenta atividade antinociceptiva e anti-inflamatória.

[ 1 ]

Antitumoral

Antitumoral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: material vegetal (triturado) em hexano, seguidamente em etanol. Doses para ensaio: 250, 500 e 1000 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos BALB/c normais ou portadores de carcinoma ascítico de Ehrlich, tratados com extrato vegetal, com posterior análise da concentração do fator estimulador das colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF) na medula óssea femoral.

Observou-se que o extrato de P. quitoc apresenta atividade antitumoral, sendo sugerido como adjuvante no tratamento de câncer.

[ 2 ]

Moduladora da hematopoiese

Moduladora da hematopoiese
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: percolação do material vegetal (triturado) em hexano, seguidamente em etanol. Dose para ensaio: 250, 500 e 1000 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos BALB/c infectados por Listeria monocytogenes, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise do fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos recombinantes (rmGM-CSF).

Observou-se que o extrato etanólico de P. quitoc apresenta ação moduladora hematopoética na infecção bacteriana.

[ 3 ]

Referências bibliográficas

1 - BARROS, I. M. C. et al. Anti-inflammatory and anti-nociceptive activities of Pluchea quitoc (DC.) ethanolic extract. J Ethnopharmacol, v. 106, n. 3, p.317-320, 2006. doi: 10.1016/j.jep.2006.01.030
2 - QUEIROZ, M. L. et al. Adjuvant effect of Pluchea quitoc extract on the resistance of tumor-bearing mice by modulation of the host hematopoietic response. Immunopharmacol Immunotoxicol, v. 23, n. 2, p.215-228, 2001. doi: 10.1081/iph-100103861
3 - QUEIROZ, M. L. et al. Stimulatory action of Pluchea quitoc extract on the hematopoietic response during murine listeriosis. Immunopharmacol Immunotoxicol, v. 22, n. 4, p.721-740, 2000. doi: 10.3109/08923970009016435

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Parte aérea seca

100 g

Parte aérea fresca

200 g

                                                                   * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de parte aérea seca, pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de parte aérea fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Afecções ginecológicas em geral.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Parte aérea seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira cheia

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Afecções ginecológicas em geral.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 233-235.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 153-155.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

cafeico, clorogênico e isocloregênico.

Benzenotriol

floroglucinol e pirogalol.

Cumarinas

Esteróis

taraxasterol.

Flavonoides

5,7,3’4’-tetrahidroxi-3,6,8-trimetoxi-flavona, 5,7,3’-trihidroxi-flavona, 5,7,3’-trihidroxi-3,6,4’-trimetoxi-flavona, centaureidina e quercitrina.

Glicosídeos cianogênicos

Óleos essenciais

canfeno, alcanfor, humuleno, α-pineno, β-pineno, limoneno, 1,8-cineol, p-cimeno, metilheptenona, citronelol, α-terpineol, linalol, acetato de bornilo, cariofileno, α-terpineol, borneol, geraniol, acetato de geraniol, α-tujeno e canfeno.

Outras substâncias

resorcinol, crisofenol D, leucoantocianidina, crisofenol, pirocatequina

Saponinas

Taninos

Terpenoides

eudesmanos.

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 224.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 133.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 154.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 58-59.

Propagação: 

por semente e estacas. As sementes devem ser semeadas em bandejas de isopor contendo substrato organomineral [ 2 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

prefere temperaturas amenas, e desenvolve-se em todos os tipos de solo. Floresce no verão [ 1 , 2 ] .

Colheita: 

as partes aéreas da planta devem ser colhidas, preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, segundo a sabedoria popular [ 2 ] .

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 223.
2 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 58.

Referências bibliográficas

Parceiros