Nativa de Vanuatu na Oceania (incluindo Micronésia, Polinésia e Melanésia). Encontrada na Austrália, Europa, Nova Zelândia e América do Norte. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, ansiolítica, sedativa, analgésica, antioxidante, antimicrobiana, imunomoduladora, antitumoral, anticonvulsivante, relaxante muscular, antiespasmódica, antitrombótica, diurética, estimulante e tônica[1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21].
Arbusto perene, dioico, com cerca de 2 a 3 m de altura; folhas cordadas, pontiagudas, com 8 a 28 cm de comprimento x 10 a 22 cm de largura, lisas, verdes de ambos os lados, com 9 a 13 nervuras principais ligeiramente macias na parte inferior, possui grandes estípulas; flores pequenas dispostas em inflorescências esbranquiçadas, espigadas, de 3 a 9 cm de comprimento, sendo as femininas mais altas; fruto pequeno em baga, com 1 semente no seu interior; possui rizoma maciço, cilíndrico, esponjoso, ramificado, muito suculento, com muitas raízes, de coloração cinza-escuras externamente e esbranquiçadas internamente, a parte central é porosa, com finos feixes lenhosos irregularmente retorcidos, separados por largos raios medulares[1,2,3].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
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- | Havaí (nativos) | - | Ansiolítica, antiasmática, reguladora do sono, redutora da fadiga, antiespasmódica e nos casos de problemas menstruais. |
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[
1
]
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- | Ilhas da região do Pacífico | - | Anti-infecciosa urinária, antissifilítica, antigonorreica, redutora de peso e antiarrítmico. |
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- |
- |
[
1
]
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Referências bibliográficas
Ansiolítica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato. Padronizado com: 30% de kavalactonas. Dose para ensaio: 40 mg/kg. |
In vitro: Em homogenato de tecido cerebral incubado com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade da MAO. In vivo: Em camundongos Swiss portadores de comportamento estereotipado induzido por anfetamina, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos testes do labirinto em cruz elevado e em Y, campo aberto, estereotipia e interação social. |
O extrato de P. methysticum apresenta atividade ansiolítica, além de reduzir o comportamento estereotipado induzido pela anfetamina. |
[
11
] |
Raiz |
Extrato seco (LI 150): a partir do extrato etanólico a 96%. Padronizado com: 30% de kavapironas. Doses para ensaio: 120 a 240 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar submetidos ao tratamento agudo com o extrato vegetal, com posterior análise do teste do labirinto em cruz elevado. |
O extrato de P. methysticum apresenta atividade ansiolítica comparável ao diazepam. |
[
20
] |
- |
Extrato. Padronizado com: 84% de kavalactonas. Doses para ensaio: 300 a 560 mg/kg e 1,0 a 13,0 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Sprague-Dawley tratados com o extrato vegetal ou clordiazepóxido (benzodiazepínico) e submetidos ao teste de discriminação após treinamento. |
O extrato de P. methysticum apresenta atividade ansiolítica, sugerindo um mecanismo de ação semelhante ao clordiazepóxido, porém menos potente. |
[
22
] |
Ansiolítica e Sedativa
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: 20 g do material vegetal (pó) em 200 mL de etanol a 95%, posteriormente em éter de petróleo. Rendimento: 2,6%. Dose para ensaio: 32 a 316 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos BALB/cByJ submetidos a ensaios de análise comportamental (evitação de câmara espalhada, labirinto em cruz elevado e atividade locomotora). |
O extrato de P. methysticum apresenta atividade ansiolítica e sedativa, contudo não envolvem os receptores benzodiazepínico (GABAA). |
[
8
] |
Anticonvulsivante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Caule (casca, caule sem ou com casca) |
Extrato: 50 g do material vegetal (pó) em 200 mL de água. Concentrações para ensaio: 25 a 100 mg/mL. |
In vitro: Em peixe-zebra (Danio rerio) portadores de convulsões induzida por pentilenotetrazol, pré-expostos a ambiente (tanque com água) contendo os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros comportamentais (natação) e expressão de NF-kB e BDNF em tecido cerebral.
|
O extrato do caule sem cascas de P. methysticum apresenta atividade anticonvulsivante mais potente, principalmente na concentração de 50 mg/kg. |
[
14
] |
Antinociceptiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato etanólico seco. Doses para ensaio: 1 a 8 mg/kg. |
In vitro: Em culturas de Salmonella enterica, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Acinetobacter baummani, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Shigella flexnelli, Candida albicans, Cryptococcus gattii, C. neoformans, Trichophyton interdigitale, T. rubrum, Aspergillus fumigatus e Microsporum gypseum submetidas ao teste de microdiluição em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM). In vivo: Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal, submetidos aos testes da placa quente e rota-rod. |
O extrato de P. methysticum apresenta atividade antinociceptiva, contudo, não demonstra ação antimicrobiana significativa. |
[
10
] |
Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Raiz |
Extrato: 50 g de material vegetal (pó) em 1,75 L em água. Concentrações para ensaio: 0,8 a 100 µg/mL. Outra espécie em estudo: Hibiscus tiliaceus. |
In vitro: Em cultura de células humanas de câncer de cólon (HT29) e de mama (MCF7), e células epiteliais intestinais normais de ratos (IEC-6), incubadas com os extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise da proliferação celular (MTT).
|
O extrato de P. methysticum apresenta atividade antitumoral, principalmente em associação com H. tiliaceus. |
[
6
] |
Estimuladora da melanogênese
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Folha, caule e rizoma |
Extrato: 10 g de material vegetal (pó) em etanol a 50%. Rendimentos: 9,3, 14,0 e 8,0%, respectivamente. Outras espécies em estudo: Piper longum, P. kadsura, P. betle e P. cubeba. |
In vitro: Em cultura de células de melanoma murino (B16) incubadas com extratos vegetais, com posterior análise dos níveis de melanina e proliferação celular.
|
Os extratos dos rizomas de P. methysticum e das folhas de P. nigrum apresentam atividade estimuladora da melanogênese mais potente. |
[
4
] |
Inibe parâmetros comportamentais e Aumenta níveis de monoaminas cerebrais
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Raiz |
Extrato: material vegetal (pó) em água. Concentrações para ensaio: 5 a 50 mg/L. |
In vitro: Em peixe-zebra (Danio rerio) submetidos a imersão ao extrato vegetal (tratamento agudo e crônico), com posterior análise da ansiedade, agressão e sociabilidade (testes do tanque, claro-escuro, de cardume e de preferência e agressão), níveis de cortisol corporal (ELISA) e de dopamina, ácido di-hidroxifenilacético, norepinefrina, serotonina e ácido 5- hidroxiindolacético no cérebro (CLAE) e expressão de C3, C4B, EMP-1, S100a, CD11b, MHC-2, iNOS, Egr-2, CD206, Arg-1, IL-1β, IL-6, TNF-α, IL-4, GR, MR, caspase-3, caspase-9, Bcl-2 e Bax (mRNA).
|
O uso agudo ou crônico do extrato de P. methysticum inibe os parâmetros comportamentais, aumenta os níveis das monoaminas cerebrais, altera a expressão de biomarcadores microgliais, astrocitários, epigenéticos, pró-inflamatórios e apoptóticos, contudo, não demonstra sinais de abstinência. |
[
9
] |
Inibidora da MAO
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Rizoma |
Extrato. Padronizado com: 30% de kavalactonas. Concentrações para ensaio: 10 a 100 µg/mL. Doses para ensaio: 10 a 400 mg/kg. |
In vitro: Em cérebros totais de camundongos Swiss incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade de MAO-A e MAO-B, na presença de lorgilina (inibidor seletivo de MAO-A) e pargilina (inibidor seletivo de MAO-B). In vivo: Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal, submetidos aos testes de labirinto em cruz elevado e campo aberto, e atividade da enzima MAO em homogenato do córtex, hipocampo, região contendo substância negra e estriado. |
O extrato de P. methysticum inibe a atividade da enzima MAO-B, no córtex e na região contendo substância negra, principalmente nas concentrações de 30 e 100 µg/mL e na dose de 100 mg/kg. |
[
12
] |
Interação com receptores do SNC
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Folha e raiz |
Extrato: material vegetal em (pó) em metanol. Concentrações para ensaio: 0,01 a 1000 µg/mL. |
In vitro: Determinar os efeitos dos extratos vegetais em receptores benzodiazepínicos, dopaminérgicos (D2), gabaérgicos (GABAA), opioides (µ e δ), histamínicos (H1 e H2) e de serotoninérgicos (5-HT6 e 5-HT7).
|
O extrato das folhas de P. methysticum apresenta interação mais potente aos receptores GABAA, D2, opioides e histamínicos, se comparado ao extrato das raízes. |
[
7
] |
Neuroprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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- |
Extrato (WS 1490): contendo 70% de kavalactonas. Dose para ensaio: 150 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos NMRI portadores de isquemia cerebral, induzida por coagulação microbipolar da artéria cerebral média esquerda (MCA), tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do volume e área do acidente vascular cerebral isquêmico. |
O extrato de P. methysticum apresenta atividade neuroprotetora promissora. |
[
3
] |
Pró-inflamatória
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Raiz e caule |
Extrato: material vegetal (raiz e caule, 80:20, pó) em água. Outra espécie em estudo: Hibiscus tiliaceus. |
In vitro: Em células de leucemia basofílica de ratos (RBL2H3), estimuladas com DNP (KLH-DNP), na presença ou ausência dos extratos vegetais, com posterior análise de liberação de beta-hexoseaminidase por mastócitos, níveis de cálcio intracelular livre em mastócitos e degranulação de mastócitos.
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O extrato de P. methysticum apresenta atividade pró-inflamatória, por ativação dos mastócitos, sendo potencializada quando associado a H. tiliaceus. |
[
18
] |
Referências bibliográficas
Alcaloides
pipermetistina, avaína e cefaradiona A.
Álcoois alifáticos
docosan-1-ol, dodecan-1-ol, eicosan-1-ol, hexacosan-1-ol, hexadecan-1-ol, octadecan-1-ol, n-tetradecanol e transphitol.
Chalconas
flavocavina A, B e C, pinostrobina, 5,7-dimetoxiflavanona e matteucinol.
Ésteres
bornil cinnamato e bornil 3,4-methilenedioxicinnamato.
Esteróis
sitosterol, estigmasterol e estigmastanol.
Flavonoides
pinostrobina e 5,7-dimetoxiflavanona.
Kavalactonas ou kavapironas
metisticina, 7,8-di-hidromethistina, kavaína, 7,8-di-hidrokavaína, yangonina, desmetoxi-yagonina, diyangoninas A, B e C.
Minerais
alumínio, ferro, magnésio, potássio, cálcio e sódio.
Mucilagens
Outras substâncias
ácido cinâmico.
Referências bibliográficas



suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Em caso de cirurgia suspender o uso pelo o menos 24 horas antes. O uso contínuo não deve ultrapassar de 30 a 90 dias sem a orientação de um profissional da saúde qualificado[5,7,25,26,28,32]. Há experiência de sua indicação a partir dos 12 anos, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional prescritor[33].
em gestantes, lactantes e alcoólatras. Em pacientes com Doença de Parkinson ou histórico familiar de tremor essencial, portadores de depressão endógena, hepatopatias e doença pulmonar. Cautela o uso em pacientes operadores de máquinas ou motoristas, pois pode afetar negativamente os reflexos motores[4,8,10,17,26,27,29,30,31].
há relatos de quadros de hepatotoxicidade (fraqueza inesperada, perda de apetite e peso, descoloração amarela da conjuntiva do olho e pele, urina escura e fezes incolores), principalmente em doses elevadas. Superdosagem ou uso crônico também pode provocar distúrbios gastrointestinais leves e visuais, ataxia progressiva, astenia, paralisia ascendente, “dermopatia kava”, fotossensibilidade, hiperuremia, hiperbilirrubinemia, hematúria, anemia macrocítica, hipoalbuminemia, linfopenia, trombocitopenia, falta de ar, perda de peso e cabelo, aumento dos reflexos patelares, cefaleia, agitação, sonolência e tremores. As lesões hepáticas podem estar relacionadas a parte da planta utilizada (por exemplo, parte aérea e casca do caule, ricos em alcaloides), adulteração do material vegetal, falta de qualidade nos processos de colheita e armazenamento, bem como aos fatores genéticos[1,3,5,6,7,8,9,10,11,12,13,15,16,17,19,20,21,22,26,30,31].
inibe a atividade das isoenzimas do CYP-450 (CYP1A2, 2C9, 2C19, 2D6, 3A4, 4A9, 4A11 e 2E1). Aumenta o efeito sedativo dos benzodiazepínicos (alprazolan e bromazepam), barbitúricos (fenobarbital e hexobarbital), opioides (oxicodona e propoxifeno), serotoninérgicos, bem como da glutetimida, uretano e etanol. Também pode interagir com a cafeína e medicamentos antiplaquetários. Potencializa a ação dos diuréticos (acetazolamida, amilorida, furosemida, benazepril, captopril, lisinopril, quinapril e ramipril), reduz os efeitos da levodopa, atua como modulador da dopamina (agonista ou antagonista) e inibe a enzima MAO-B, sendo contraindicado o uso simultâneo com outros inibidores da MAO, por exemplo, efedrina, feno-grego, ginko biloba, lúpulus, erva-de-São-João, tirosina, dentre outros. Pode ocorrer sinergismo com Valeriana officinalis para o tratamento da insônia induzida por estresse e com Tanacetum parthenium para os casos de enxaqueca, pode potencializar também o efeito antidepressivo do Hipericum perforatum. Evitar a associação com medicamentos potencialmente hepatotóxicos (esteroides anabolizantes, amiodarona, metotrexato, paracetamol, cetoconazol, betabloqueadores, antidepressivos e antienxaquecosos)[2,4,5,7,8,10,11,14,15,17,18,19,21,22,23,24,25,26,27,28,30,31,33].
Referências bibliográficas
por estacas do caule (vegetativa) [ 2 ] .
segundo a sabedoria popular a colheita das partes aéreas da planta deve ser feita preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, enquanto que as partes subterrâneas devem ser colhidas na lua minguante, buscando uma maior concentração de princípios ativos [ 3 ] .
a região de cultivo, os aspectos de manejo, a variedade e a idade desta espécie podem influenciar no teor de kavalactonas [ 1 , 2 ] .
Referências bibliográficas