Brosimum gaudichaudii Trécul

Mamica-de-cadela e mama-cadela.

Família 
Informações gerais 

Espécie abundante na região Nordeste e Cerrado brasileiro. Suas principais indicações são: depurativa e estimulante da repigmentação da pele[1].

Referências informações gerais
1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 61-63.
Descrição da espécie 

Planta arbustiva, pouco ramificada, de casca áspera, descamante e cor clara, possui grande quantidade de látex; as folhas são simples, alternas, elípticas ou oblanceoladas, com base obtusa a subcordada, ápice arredondado a acuminado, com 5 cm de comprimento x 2 cm de largura, glabras na face adaxial, pubescentes na abaxial e margem levemente denteada; as flores são amarelas e dispostas em glomérulos axilares pêndulos; frutos em bagas globosas, pêndulas, de 2,5 cm de diâmetro, alaranjadas, verrucosas e com látex abundante[1].

Referências descrição da espécie
1 - DURIGAN, G. et al. Plantas do cerrado paulista: imagens de uma paisagem ameaçada. São Paulo: Páginas & Letras Editora Gráfica, 2004, p. 318.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Mama-cadela e mama-de-cadela. Brasil Casca

No tratamento de hemorroidas, varizes e varicocele.

Tintura.

Tomar de 20 a 30 gotas em 100 mL de água (meia xícara) após café da manhã e jantar.

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[ 1 ]
Inharé, mama-cachorro e mama-cadela Brasil Raiz

No tratamento de infecções e inflamações, doenças venéreas, doenças de pele (furúnculo, micose e vitiligo), calor espinhoso, problemas renais, antitumoral, antianêmica, depurativa, analgésica potente, Antirreumática, cicatrizante de feridas e tônica.

Decocção, infusão e maceração.

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Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 194.
2 - RIBEIRO, R. V. et al. Ethnobotanical study of medicinal plants used by Ribeirinhos in the North Araguaia microregion, Mato Grosso, Brazil. J Ethnopharmacol, v. 205, p.69-102, 2017. doi: 10.1016/j.jep.2017.04.023

Antimicrobiana

Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca e folha

Extrato etanólico.

In vitro:

Em microrganismos multirresistentes isolados de lesões de membros inferiores, como: Staphylococcus aureus, Beta-haemolytic streptococci, Pseudomonas aeruginosa, Enterococci spp., linhagens não ferementativas e Enterobacteriaceae spp.

 

O extrato etanólico (casa ou folha) de B. gaudichaudii apresentou atividade antimicrobiana principalmente para S. aureus e P. aeruginosa.

[ 1 ]
Ensaios toxicológicos

Genotoxicidade

Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca da raiz

Extrato aquoso: 5 g do material vegetal (pó) em 250 mL de água.

Extrato metanólico: 5 g do material vegetal (pó) em 250 mL de metanol.

Extrato butanólico: material vegetal (pó) em água, com posterior adição de n-butanol.

In vitro:

Teste de mutagenicidade pelo ensaio Salmonella/microssoma e teste das aberrações cromossômicas em células CHO.

 

Observou-se que apenas o extrato metanólico da casca da raiz de B. gaudichaudii apresentou mutagenicidade e aberrações cromossômicas.

[ 2 ]

Toxicidade aguda

Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca da raiz

Pó: a partir do exsudado do material vegetal (fresco). Dose para ensaio (oral): 1400, 2000, 3000, 4000 e 5000 mg/kg, e (intraperitoneal): 1000, 1500, 2250, 3500 e 5000 mg/kg.

In vivo:

Em ratos albinos submetidos ao teste de toxicidade aguda.

Observou-se que pó de B. gaudichaudii apresentou baixa toxicidade, com dose letal aproximada (DLA) p.o = 3750 mg/kg e i.p = 2920 mg/kg, dose letal mediana (DL50) p.o = 3517,54 mg/kg e i.p. = 2871,76 mg/kg.

[ 3 ]

Referências bibliográficas

1 - BORGES, J. D. C. et al. Evaluation of antibacterial activity of the bark and leaf extracts of Brosimum gaudichaudii Trécul against multidrug resistant strains. Nat Prod Res, v. 31, n. 24, p.2931-2935, 2017. doi: 10.1080/14786419.2017.1305379
2 - VARANDA, E. A. et al. Genotoxicity of Brosimum gaudichaudii measured by the Salmonella/microsome assay and chromosomal aberrations in CHO cells. J Ethnopharmacol, v. 81, n. 2, p.257-264, 2002. doi: 10.1016/S0378-8741(02)00089-2
3 - DA CUNHA, L. C. et al. Acute toxicity of Brosimum gaudichaudii Trécul. root extract in mice: determination of both approximate and median lethal doses. Bras J of Pharmacogn, v. 18, n. 4, p.532-538, 2008. doi: 10.1590/S0102-695X2008000400006

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Casca da raiz seca

100 g

Casca da raiz fresca

200 g

* Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de casca da raiz seca e pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de casca da raiz fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Vitiligo.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 67-68.

Dados Químicos
[ 1 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Fitosteróis

β-sitosterol

Furanocumarinas

gaudichaudina, xantiletina, luvangetina, bergapteno, psoraleno, hidroximarmesina.

Triterpenos pentacíclicos

β-amirina e derivados.

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 194.

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2018
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