Cereus jamacaru DC.

Mandacarú.

Família 
Informações gerais 

Nativa e endêmica do Brasil, ocorre predominantemente na Caatinga, em vários estados da região Nordeste e norte de Minas Gerais. Muito cultivada como planta forrageira e ornamental. Suas principais indicações são: antimicrobiana, cardiotônica, diurética, anti-inflamatória e cicatrizante[1,2,3,4].

Referências informações gerais
1 - MESSIAS, J. B. et al. Avaliação dos parâmetros hematológicos e bioquímicos de ratas no segundo terço da gestação submetidas à ação do extrato metanólico de Cereus jamacaru DC., Cactaceae. Rev Bras de Farmagn, v. 20, n. 4, p.478-483, 2009.
2 - DA SILVA, R. et al. Avaliação da composição físico-química de frutos de mandacaru (Cereus jamacaru P.). Acta Agron, v. 58, n. 4, p.245-250, 2009.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 219.
4 - BARACHO, G. S.; AGRA, M. F. Cereus jamacaru (mandacaru). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 847-859.
Descrição da espécie 

Cacto colunar, ramificado, suculento, seus ramos são irregulares dispostos em ângulo agudo com eixo principal levemente curvado, dando à planta um aspecto de um candelabro, atinge de 3 a 9 m de altura, com espinhos rígidos que armazenam grande quantidade de água; folhas caducas ou ausentes; as flores são hermafroditas, actinoformas, de cor branca, sésseis, isoladas e inseridas nos ângulos laterais; frutos grandes, na forma de cápsulas carnudas, com deiscência irregular, elipsoide ou piriforme, polispermáticas, avermelhados, com aproximadamente 12 cm de comprimento, possui polpa branca, espessa e suculenta; possui inúmeras sementes, pequenas, insípidas, estenospérmicas, de cor negra e brilhante, com testa enrugada[1,2,3,4].

Referências descrição da espécie
1 - ABUD, H. F. et al. Germination and morphology of fruits, seeds and plant of Cereus jamacaru DC. J of Seed Sci, v. 35, n. 3, p.310-315, 2013. 
2 - DA SILVA, R. et al. Avaliação da composição físico-química de frutos de mandacaru (Cereus jamacaru P.). Acta Agron, v. 58, n. 4, p.245-250, 2009.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 219-220.
4 - BARACHO, G. S.; AGRA, M. F. Cereus jamacaru (mandacaru). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 847.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Mandacaru Brasil Raiz e caule

Diurética e melhora os males do coração.

-

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-

[ 1 ]
Mandacaru Brasil Planta toda

No tratamento de escorbuto e afecções do aparelho respiratório (bronquite, tosse e catarro).

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-

-

[ 1 ]
Mandacaru Brasil Raiz

No tratamento de distúrbios respiratórios, renais, hepáticos e digestivos.

Infusão ou decocção.

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[ 2 ]
Mandacaru Brasil Casca (raspada)

Hipocolesterolemiante e no tratamento de distúrbios renais.

Curtir em água.

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-

[ 2 ]
Mandacaru Brasil Caule

No tratamento de úlcera estomáquica.

Uso da polpa.

Adicionar açúcar.

-

[ 2 ]
Mandacaru Brasil Casca e caule

No tratamento da sífilis, laxante, antiescorbútica, Vermífuga, cicatrizante, antitumoral, cardiotônica, febrífuga e anti-inflamatória.

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-

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[ 2 ]

Referências bibliográficas

1 - DAVET, A. et al.  Atividade antibacteriana de Cereus jamacaru DC, Cactaceae. Rev Bras de Farmacogn, v. 19, n. 2b, p.561-564, 2009. doi: 10.1590/S0102-695X2009000400009
2 - MESSIAS, J. B. et al. Avaliação dos parâmetros hematológicos e bioquímicos de ratas no segundo terço da gestação submetidas à ação do extrato metanólico de Cereus jamacaru DC., Cactaceae. Rev Bras de Farmagn, v. 20, n. 4, p.478-483, 2009.

Antimicrobiana

Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Haste (cerne e córtex)

Extrato etanólico: material vegetal (seco) em etanol à 95%. Concentrações: 177,9 mg/mL (cerne) e 194,8 mg/mL (córtex).

In vitro:

Em cepas de Streptococcus pyogenes, S. epidermidis, Staphylococcus aureus, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Salmonella typhimurium submetidas ao teste de disco-difusão em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM).

 

Observou-se que o extrato do córtex de C. jamacaru apresenta melhor atividade antimicrobiana, principalmente frente a S. epidermidis, S. aureus, P. aeruginosa e E. coli.

[ 1 ]
Ensaios toxicológicos

Citotoxicidade

Citotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Talo

Extrato aquoso: maceração do material vegetal (sem epiderme e espinho) em água. Concentrações para ensaio: 500/2, 500/1,5 e 500/1 g/L.

In vitro:

Determinar a citotoxicidade através do ensaio em Allium cepa.

 

Observou-se que as concentrações 500/1,5 e 500/1 g/L apresentam atividade citotóxica.

[ 2 ]

Toxicidade em ratas prenhes

Toxicidade em ratas prenhes
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Caule (parte interna)

Extrato: maceração do material vegetal em álcool metílico. Doses para ensaio: 100, 250 e 500 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar prenhes (Rattus norvegicus var. albinus) submetidos a avaliação de toxicidade, e análise de parâmetros bioquímicos e hematológicos.

Observou-se que C. jamacaru não apresenta efeitos tóxicos significativos.

[ 3 ]

Referências bibliográficas

1 - DAVET, A. et al.  Atividade antibacteriana de Cereus jamacaru DC, Cactaceae. Rev Bras de Farmacogn, v. 19, n. 2b, p.561-564, 2009. doi: 10.1590/S0102-695X2009000400009
2 - DA SILVA, D. M. et al. Acción citotóxica del extracto acuoso del tallo de Cereus jamacaru DC. (mandacaru). Rev Cub de Pl Med, v. 20, n. 2, p.226-234, 2015
3 - MESSIAS, J. B. et al. Avaliação dos parâmetros hematológicos e bioquímicos de ratas no segundo terço da gestação submetidas à ação do extrato metanólico de Cereus jamacaru DC., Cactaceae. Rev Bras de Farmagn, v. 20, n. 4, p.478-483, 2009. 

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Alcaloides

tiramina, 2-hidroxifeniletilamina, N-metiltiramina, hordenina, tirosina, hordinina e mescalina (em pequenas quantidades).

Esteroides

β-sitosterol.

Flavonoides

Outras substâncias

ácido ascórbico, açúcares, cristais de nitrato de sódio, cafeína (traços).

Proteínas

cactina (semente).

Taninos

Referências bibliográficas

1 - ARAGÃO, T. C. F. R. et al. Characterization of a methionine-rich protein from the seeds of Cereus jamacaru Mill. (Cactaceae). Bras J of Med and Biol Res, v. 33, n. 8, p.897-903, 2000. doi: 10.1590/S0100-879X2000000800005
2 - MESSIAS, J. B. et al. Avaliação dos parâmetros hematológicos e bioquímicos de ratas no segundo terço da gestação submetidas à ação do extrato metanólico de Cereus jamacaru DC., Cactaceae. Rev Bras de Farmagn, v. 20, n. 4, p.478-483, 2009. 
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 220.
4 - BARACHO, G. S.; AGRA, M. F. Cereus jamacaru (mandacaru). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 849-850.

Propagação: 

por sementes ou por brotações. Os brotos, de aproximadamente 10 cm de comprimento, devem ser retirados da planta-mãe, tratados com fungicida e introduzidos em recipientes contendo substrato e adubo. Devem ser mantidos em temperatura acima de 32°C, com irrigação diária até o desenvolvimento das raízes. As brotações também podem ser transferidas diretamente para o local definitivo, em covas previamente adubadas, de 15 cm de profundidade, com espaçamento de 2,0 a 1,5 m. Para a germinação das sementes, a temperatura indicada é de 25 a 30°C com fotoperíodo de 12 horas [ 1 , 2 ] .

Problemas & Soluções: 

pode ser cultivada em solos degradados, pois não compromete o desenvolvimento desta espécie. O crescimento pode ser acelerado quando os níveis de pluviosidade são menos escassos, contudo, é resistente à longos períodos de seca, sempre cresce e frutifica. Pode ser atacada por fungos, nematoides e insetos [ 2 ] .

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 220.
2 - BARACHO, G. S.; AGRA, M. F. Cereus jamacaru (mandacaru). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 851-852.

Referências bibliográficas

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