Coffea arabica L.

Cafeeiro.

Família 
Informações gerais 

Originária do Iêmen na Península da Arábia. No Brasil o cultivo do café é uma atividade de grande importância para a economia do país. Suas principais indicações são: antioxidante, diurética, febrífuga, tônica do sistema nervoso central (transtornos mentais), depurativa, hipoglicemiante, hipolipemiante, broncodilatadora e hipotônica[1,2,3,4].

Referências informações gerais
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457-458.
2 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 171-172.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 83-84.
4 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 81.
Descrição da espécie 

Arvoreta ou arbusto grande, perene, com até 4 m de altura, muito ramificado, com copa densa e alongada; as folhas são simples, opostas, glabras, com superfície brilhante, de 8 a 12 cm de comprimento; flores em glomérulos axilares, brancas e suavemente perfumadas; os frutos são do tipo baga, de cor vermelho ou amarelo quando maduros, de 10 a 15 mm de comprimento; as sementes são em dupla, plano-convexas[1].

Referências descrição da espécie
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Café Brasil Fruto

Para aumentar a força muscular.

Infusão: 1 a 2 colheres de sobremesa da droga vegetal em pó em 200 mL de água fervente (1 xícara). Deixar em repouso por 3 minutos e coar em filtro de papel.

Ingerir de 20 a 30 minutos antes da prática de exercícios físicos (de preferência com estomago vazio).

Usar com cautela na associação com broncodilatadores xantínicos (teofilina, aminofilina e acebrofilina), estimulantes do SNC, glicosídeos cardiotônicos e antiarrítmicos. Evitar o uso em excesso nos quadros de gastrite, úlcera péptica e duodenal, síndrome do cólon irritável, epilepsia, cardiopatia, nefropatia e hipertensão.

[ 1 ]
Café Ceará (Brasil) Semente

Antifebril.

Infusão.

Uso oral.

-

[ 2 ]
- Haiti Folha

Para “limpar o sangue”.

Decocção: cozinhar as folhas com sal.

-

-

[ 3 ]
Café Brasil Semente (crua)

Hipoglicemiante.

Infusão.

Tomar 1 xícara ou mais ao dia.

-

[ 3 ]
Café Brasil Semente (tostada)

Afecções oculares.

Infusão.

Diluir o preparado em partes iguais com água, lavar os olhos ou fazer compressas locais.

-

[ 3 ]
Café Etiopia, Quênia, África do Sul e Tanzânia Semente

Estimulante do sistema nervoso central.

-

-

-

[ 4 ]

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 81.
2 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 87.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457.
4 - VAN WYK, B. E. et al. A review of commercially important African medicinal plants. J Ethnopharmacol, v. 176, p.118-134, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2015.10.031

Anti-adipogênica e Lipolítica

Anti-adipogênica e Lipolítica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde, vermelho e amarelo)

Extrato: decocção do material vegetal (seco ou fresco) em água fervente. Doses para ensaio: 200, 400, 800 e 1000 µg/mL.

In vitro:

Em adipócitos 3T3-L1 tratados com extrato vegetal, e em pré-adipócitos submetidos ao ensaio MTT.

 

Observou-se que todos os frutos de C. arabica em estudo apresentaram atividades anti-adipogênica e lipolítica, principalmente o extrato do fruto vermelho e seco, sem alterar a viabilidade celular.

[ 2 ]

Anti-hiperlipidêmica

Anti-hiperlipidêmica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato aquoso: infusão de 100 g do material vegetal (seco) em água.

In vitro:

Em células de adenocarcinoma de colorretal humano (Caco-2) e em alças jejunais isoladas de ratos, tratadas com o extrato vegetal, submetidas a investigação quanto ao transporte de colesterol e análise de expressão proteica.

 

In vivo:

Em ratas portadoras de hipercolesterolemia induzida por dieta hipercalórica, tratadas com o extrato vegetal, com posterior avaliação do peso corporal e perfil lipídico.

Observou-se que C. arabica apresenta atividade anti-hiperlipidêmica, pois reduz o transporte e a absorção de colesterol.

[ 4 ]

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 10 g do material vegetal (pó) em água, e metanol. Outras espécies em estudo: Oregano vulgare e Thymus vulgaris.

In vitro:

Em monócitos humanos (U937) contendo três sítios de ligação para NF-κB acoplados ao gene repórter Luciferase, incubados com extrato vegetal e LPS, com posterior adição de D-luciferina para e análise da luminescência.

Avaliar a ligação do DNA às proteínas da família NF-κB (p65 e ReIR).

 

Observou-se que a combinação de C. arabica e O. vulgare, apresentou efeito sinergético significativo, na inibição de NF-κB, dose-dependente.

[ 17 ]

Anti-inflamatória e Antioxidante

Anti-inflamatória e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde)

Extrato: 18 g do material vegetal (torrado e moído) em água. Dose para ensaio: 300 mg/kg.

In vitro:

Em macrófagos de ratos RAW 264.7 para o ensaio de Luciferase.

 

In vivo:

Em camundongos C57BL pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior indução do sistema imune por LPS, e análise de parâmetros bioquímicos (ALT e GSH) e de expressão proteica.

Observou-se que C. arabica apresenta atividades antioxidante e anti-inflamatória, principalmente nas temperaturas e tempo de torrefação mais baixos (180-199°C, por 8 horas, e 180-204°C, por 9 horas).

[ 5 ]
Fruto

Extrato: 18 g do material vegetal (torrado e moído) em água. Dose para ensaio: 300 mg/kg.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante (radicais DPPH e ABTS).

Em hepatócitos de camundongos (AML-12) e em macrófagos de ratos (RAW 264.7) (tratados com LPS), submetidos a avaliação da atividade antioxidante (níveis de GSH e expressão gênica) e anti-inflamatória (expressão de citocinas pró-inflamatórias).

 

Observou-se que os extratos de C. arabica provenientes de torrefação leve (180-199°C, por 8 horas, e 180-204°C, por 9 horas), apresentaram concentrações maiores de ácido clorogênico, bem como ação antioxidante e anti-inflamatória mais potentes.

[ 7 ]
-

Extrato: contendo 48,3 ± 0,4 mg/g de ácido clorogênico. Doses para ensaio (in vitro): 1 a 1000 µL/mL, e (in vivo): 100 e 200 µL/mL.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante pelos ensaios: redução de potência, atividade quelante do íon ferroso, eliminação dos radicais hidroxila (OH-) e superóxido (O2) e capacidade de eliminação de peróxido de hidrogênio (H2O2).

Em fibroblastos humanos (Hs68) expostos à radiação ultravioleta (UV), incubados com o extrato vegetal, e posterior análise da atividade antioxidante (ROS, CAT, imunoensaio e imunofluorescência).

 

In vivo:

Em ratas BALB/cAnN.Cg-Foxn1nu/CrlNarl (ausência da pelagem) submetidas ao fotoenvelhecimento induzido por ultravioleta (UVB) e tratadas externamente com o extrato vegetal, com posterior análise imuno-histológica (MMP-1, IL-6 e NF-kB).

Observou-se que o extrato de C. arabica apresenta atividades antioxidante e anti-inflamatória, além de reduzir o fotoenvelhecimento.

[ 8 ]

Antifotoenvelhecimento

Antifotoenvelhecimento
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: material vegetal (seco) em metanol.

In vitro:

Determinar a produção de metaloproteinases (substrato) após emissão de fluorescência e a atividade da enzima elastase (pâncreas suíno).

Em eritrócitos de ratos SD submetidos ao ensaio de hemólise, e em fibroblastos humano (Hs68) submetidos a radiação UVB, com posterior análises de viabilidade celular, síntese de colágeno e expressão proteica (JNK, ERK e p38).

 

Observou-se que o extrato das folhas de C. arabica apresenta atividade antifotoenvelhecimento, pois estimula a produção de colágeno e inibe a expressão de enzimas envolvidas no envelhecimento celular.

[ 20 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (levemente torrado)

Extrato aquoso: solução à 10% (p/v). Dose para ensaio: 7,5 mL/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com extrato vegetal e submetidos a análise de parâmetros bioquímicos (CAT, TBARS e CARB) e hematológicos (dosagem de GSH e H2O2).

Observou-se que o extrato de C. arabica apresenta atividade antioxidante endógena, devido ao aumento dos níveis e GSH.

[ 3 ]
Fruto

Extrato aquoso: 10% (p/v), material vegetal torrado à 215°C, em 4 diferentes valores de tempo.

In vitro:

Em células endoteliais EA.hy926 e mioblastos C2C12 incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de GSH, ROS, CARB e TBARS, e submetidas o ensaio XTT.

 

Observou-se que o C. arabica apresenta atividade antioxidante, contudo o aumento do tempo de torrefação compromete esta ação. Não houve citotoxicidade significativa.

[ 6 ]
Fruto

Extrato: infusão de 5, 10 e 20 g do material vegetal, orgânico e convencional (pó), em 100 mL de água. Dose para ensaio: 100 mL/kg. Pó, dose para ensaio: 40 g/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com extrato vegetal ou pó, orgânico ou convencional, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (hepático e sorológico), teste de campo aberto e carcinogênese do cólon (focos de criptas aberrantes).

O material orgânico apresentou maior concentração de ácido clorogênico e trigonelina, contudo, as infusões (orgânico e convencional) de C. arabica apresentaram atividade antioxidante, sem alterar significativamente o comportamento, porém não houve alteração quanto a indução e prevenção de lesões pré-neoplásicas.

[ 9 ]
Fruto

Extrato aquoso: pó, contendo 3% de cafeína. Dose para ensaio (in vitro): 50, 100 e 200 µg/mL, e (in vivo): 100 e 300 mg/kg.

In vitro:

Em macrófagos isolados de ratos SD pré-tratados com extrato vegetal, e incubados com LPS, para avaliar a produção de óxido nítrico (NO).

 

In vivo:

Em ratos portadores de fibrose hepática induzida por dimetilnitrosamina, tratados com o extrato vegetal, e posterior análise de parâmetros bioquímicos, histopatológicos, imuno-histoquímicos, peroxidação lipídica e expressão proteica.

Observou-se que C. arabica apresenta atividade antioxidante, com ação protetora da fibrose hepática, pela supressão das citocinas TGF-β e PDGF-β.

[ 10 ]

Extrato: 10 g do material vegetal, verde ou submetidos a torrefação (claro, médio e escuro) (pó) em 20 mL de água fervente e 20 mL de metanol. Concentração (estoque): 2 g/mL. Outra espécie em estudo: Coffea robusta.

In vitro:

Em células U937 3xκB-LUC contendo três sítios κB acoplados ao gene repórter Luciferase, incubadas com LPS, e em células HepG2 contendo duas sequências EpRE acopladas ao gene repórter Luciferase, ambas as linhagens celulares foram incubadas com o extrato vegetal.

 

In vivo:

Em ratos transgênicos com sítios de ligação NF-κB controlando o gene repórter Luciferase, tratados com LPS, e em camundongos transgênicos EpRE, ambos tratados com dose única do extrato vegetal.

Observou-se que C. arabica apresenta atividades anti-inflamatória (inibe NF-κB) e antioxidante (induz Nrf2/EpRE), principalmente após o processo de torrefação.

[ 11 ]
Fruto

Extrato aquoso: decocção de 6 g do material vegetal, verde ou submetidos a torrefação (claro, médio e escuro) (pó) em 100 mL de água. Outra espécie em estudo: Coffea robusta.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante pelo sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoleico.

Em microssomas hepáticos de ratos Wistar submetidos ao ensaio de peroxidação lipídica (TBA).

 

Observou-se que os extratos a partir do fruto verde, apresentaram atividade antioxidante potente, enquanto que os extratos a partir do fruto torrado apresentaram maior ação protetora da peroxidação lipídica, e a espécie C. robusta, apresentou maior ação redutora.

[ 13 ]
Fruto

Extrato hidroalcoólico: 300 g do resíduo do fruto verde em 1500 mL de etanol à 70%, e 250 g do fruto verde em 1250 mL de etanol à 70%.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através do radical DPPH, ABTS e AAPH/piranina.

Em queratócitos humanos (HaCat), fibroblastos humanos (HDFa) e em hepatoma humano (HepG2) tratadas com o extrato do resíduo do fruto verde, e submetidas ao ensaio MTT.

 

Observou-se que ambos os extratos de C. arabica apresentaram atividade antioxidante, sendo relatado também ausência de citotoxicidade para o extrato do resíduo do fruto verde.

[ 15 ]
Fruto

Extrato aquoso: material vegetal submetido ao processo de torrefação (210 e 240°C/15 minutos), ou não, com posterior adição de água quente. Concentração para ensaio: 0,02 a 2,5 mg/mL.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da capacidade de absorção de radicais de oxigênio (ORAC).

Em células de adenocarcinoma de colorretal humano (Caco-2) tratadas com extrato vegetal, e submetidas aos ensaios MTT, de oxidação intracelular e de expressão proteica (GPX2, SRXN1, TXNRD1, PRDX1, PDRX4 e PDRX6).

 

Observou-se que o extrato dos frutos de C. arabica submetidos ao processo de torrefação apresentaram atividade antioxidante mais potente.

[ 19 ]

Antioxidante e Neuroprotetora

Antioxidante e Neuroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato aquoso: material vegetal verde ou submetido a torrefação. Concentrações para ensaio: 0, 0,5, 5 e 50 ng/mL.

In vitro:

Em culturas de células neuronais primárias de ratos C57/BL6 tratadas com o extrato vegetal e incubadas com peróxido de hidrogênio (H2O2), submetidas aos ensaios MTT, imuno-histoquímico e de expressão proteica (ERK1/2 e JNK).

 

Observou-se que C. arabica apresenta atividade antioxidante e neuroprotetora, principalmente para o extrato a partir dos frutos torrados.

[ 12 ]

Antitumoral

Antitumoral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato aquoso: material vegetal verde e torrado. Concentrações para ensaio: 0, 125, 250 e 500 µg/mL.

In vitro:

Em células de câncer de mama (MCF-7) submetidas ao ensaio de incorporação vermelho neutro, e em linfócitos periféricos humanos normais (HPBL) submetidas ao ensaio do Cometa.

 

Observou-se que C. arabica apresenta citotoxicidade para a linhagem cancerígena, com ausência de toxicidade, em baixas concentrações, para células normais.

[ 14 ]

Equilíbrio de componentes dermatológicos

Equilíbrio de componentes dermatológicos
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde)

Óleo. Concentrações para ensaio: 3,12, 6,25, 12,5, 25,0 e 50,0 mg/mL.

In vitro:

Em fibroblastos e queratinócitos humanos normais incubados com o óleo vegetal, com posterior quantificação de fatores de crescimento (TGF-β1 e GM-CSF) e componentes da matriz extracelular dérmica (colágeno, elastina e glicosaminoglicanos), e análise de expressão proteica (AQP-3), e em pele humana proveniente de cirurgia plástica facial (biópsia) incubada com o óleo vegetal e peróxido de hidrogênio, com posterior análise imuno-histoquímica.

 

Observou-se que o óleo do fruto verde de C. arabica estabelece o equilíbrio dermatológico, pois estimula a liberação dos fatores de crescimento, a síntese dos fatores da matriz extracelular dérmica e a expressão de aquaporina-3, principalmente na concentração de 25,0 mg/mL.

[ 21 ]

Estrogênica

Estrogênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 8 g do material vegetal (pó) em 140 mL de água à 95°C. Concentração final: 8,4 mg/mL.

In vitro:

Em células de adenocarcinoma de colorretal humano, submetidas a análise de expressão do gene SUL1IE1 (enzima sulfotransferase de estrogênio).

 

Observou-se que C. arabica apresenta atividade estrogênica no cólon, pois reduz atividade da enzima sulfotransferase.

[ 18 ]

Hormonal

Hormonal
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 10 g do material vegetal (torrado, em pó) em 30 mL de água à 100°C.

In vitro:

Em células embrionárias renais de humanos (HEK-293) contendo o gene 11β-HSD1, incubadas com o extrato vegetal, cortisona e cortisol, com posterior análise da atividade enzimática e da translocação do receptor de glicocorticoide.

 

Observou-se que C. arabica inibe a reativação do glicocorticoide dependente de 11β-HSD1, podendo influenciar na ação antidiabética.

[ 22 ]

Neutralizadora da degradação do triptofano

Neutralizadora da degradação do triptofano
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 20 mg do material vegetal em água (quente e fria).

In vitro:

Em células mononucleares de sangue periférico humano pré-incubados com o extrato vegetal, e posteriormente com mitógeno fito-hemaglutinina, para avaliar o metabolismo de triptofano mediado por IFN-γ, bem como seus metabólitos (quinurenina e neopterina).

Quantificar a atividade antioxidante através da capacidade de absorção de radicais oxigenados (ORAC).

 

Observou-se que o extrato de C. arabica neutraliza a degradação do triptofano, aumentando sua disponibilidade, para a biossíntese de serotonina, neurotransmissor responsável por diversas funções, dentre elas o humor.

[ 16 ]

Sistema metabólico

Sistema metabólico
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde e maduro)

Pó. Doses para ensaio: 5,76, 11,42 e 17,18 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com café verde ou maduro, submetidos a prática de exercícios físicos, e posterior análise de parâmetros bioquímicos, antropométricos e enzimas musculares.

Observou-se que o fruto de C. arabica (verde e maduro) reduz a gordura visceral e protege o tecido muscular contra lesões após a pratica de atividade física, contudo não houve alterações do peso corporal, nos níveis glicêmicos e lipidêmicos.

[ 1 ]
Ensaios toxicológicos

Inflamatória

Inflamatória
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 3,75 g do material vegetal (pó) em 48 mL de água à 85°C, filtrar, ajustar pH = 7,4 e completar o volume para 50 mL.

In vitro:

Em macrófagos de ratos (NR8383), células de adenocarcinoma de colorretal humano (Caco-2), células endoteliais microvasculares intestinais de humanos incubadas com extrato vegetal, produtos de torrefação ou TNF-α, com posterior determinação de H2O2 extracelular pelo ensaio de oxidação do íon ferroso/laranja de xilenol (FOX), viabilidade celular e análise de citocinas (IL-1α, IL-1β, IL-6, IL-10 e TNF-α).

Em tecido intestinal humano, incubados com o extrato vegetal ou produtos de torrefação, com posterior análise de proteínas nucleares e viabilidade celular.

 

Observou-se que o processo de torrefação favorece a formação de H2O2 extracelular, ativando, consequentemente, a translocação de NF-κB.

[ 23 ]

Referências bibliográficas

1 - BOSSO, H. et al. Effects of green and ripe coffee in the metabolic profile and muscle enzymes in animalspracticing physical exercise. J Med Food, v. 22, n. 4, p.416-420, 2019. doi: 10.1089/jmf.2018.0162
2 - DUANGJAI, A. et al. Potential of coffee fruit extract and quinic acid on adipogenesis and lipolysis in 3t3-l1 adipocytes. Kob J Med Sci, v. 64, n. 3, p.E84-E92, 2018. 
3 - HAIDARI, F. et al. Energy restriction combined with green coffee bean extract affects serum adipocytokines and the body composition in obese women. Asia Pac J Clin Nutr, v. 26, n. 6, p.1048-1054, 2017. doi: 10.6133/apjcn.022017.03
4 - ONTAWONG, A. et al. Lipid-lowering effects of Coffea arabica pulp aqueous extract in Caco-2 cells and hypercholesterolemic rats. Phytomed, v. 52, p.187-197, 2019. doi: 10.1016/j.phymed.2018.06.021 
5 - CHOI, S. et al. Effects of coffee extracts with different roasting degrees on antioxidant and anti-inflammatory systems in mice. Nutrients, v. 10, n. 3, p.1-13, 2018. doi: 10.3390/nu10030363
6 - PRIFTIS, A. et al. Roasted and green coffee extracts show antioxidant and cytotoxic activity in myoblast and endothelial cell lines in a cell specific manner. Food Chem Toxicol, v. 114, p.119-127, 2018. doi: 10.1016/j.fct.2018.02.029 
7 - JUNG, S. et al. Cellular antioxidant and anti-inflammatory effects of coffee extracts with different roasting levels. J Med Food, v. 20, n. 6, p.626-635, 2017. doi: 10.1089/jmf.2017.3935 
8 - WU, P. Y. et al. Alleviation of ultraviolet b-induced photodamage by Coffea arabica extract in human skin fibroblasts and hairless mouse skin. Int J Mol Sci, v. 18, n. 4, p.1-19, 2017. doi: 10.3390/ijms18040782
9 - CARVALHO, D. C. et al. Organic and conventional Coffea arabica L.: a comparative study of the chemical composition and physiological, biochemical and toxicological effects in Wistar rats. Plant Foods Hum Nutr, v. 66, n. 2, p.114-121, 2011. doi: 10.1007/s11130-011-0221-9 
10 - SHIN, J. W. et al. Experimental evidence for the protective effects of coffee against liver fibrosis in SD rats. J Sci Food Agric, v. 90, n. 3, p.450-455, 2010. doi: 10.1002/jsfa.3838 
11 - PAUR, I. et al. Degree of roasting is the main determinant of the effects of coffee on NF-kappaB and EpRE. Free Radic Biol Med, v. 48, n. 9, p.1218-1227, 2010. doi: 10.1016/j.freeradbiomed.2010.02.005
12 - CHU, Y. F. et al. Roasted coffees high in lipophilic antioxidants and chlorogenic acid lactones are more neuroprotective than green coffees. J Agric Food Chem, v. 57, n. 20, p.9801-9808, 2009. doi: 10.1021/jf902095z 
13 - DAGLIA, M. et al. In vitro antioxidant and ex vivo protective activities of green and roasted coffee. J Agric Food Chem, v. 48, n. 5, p.1449-1454, 2000. doi: 10.1021/jf990510g
14 - EL-NABI, S. H. et al. HPLC analysis of phenolic acids, antioxidant activity and in vitro effectiveness of green and roasted Coffea arabica bean extracts: a comparative Study. Anticanc Ag Med Chem, v. 18, n. 9, p.1281-1288, 2018. doi: 10.2174/1871520618666180124121927
15 - CASTRO, A. C. C. M. et al. Green coffee seed residue: A sustainable source of antioxidant compounds. Food Chem, v. 246, p.48-57, 2018. doi: 10.1016/j.foodchem.2017.10.153
16 - GOSTNER, J. M. et al. Coffee extracts suppress tryptophan breakdown in mitogen-stimulated peripheral blood mononuclear cells. J Am Coll Nutr, v. 34, n. 3, p.212-223, 2015. doi: 10.1080/07315724.2014.907756
17 - KOLBERG, M. et al. Plant extracts of spices and coffee synergistically dampen nuclear factor-κB in U937 cells. Nutr Res, v. 33, n. 10, p.817-830, 2013. doi: 10.1016/j.nutres.2013.07.008
18 - ISSHIKI, M. et al. Coffee reduces SULT1E1 expression in human colon carcinoma Caco-2 cells. Biol Pharm Bull, v. 36, n. 2, p.299-304, 2013. doi: 10.1248/bpb.b12-00902
19 - YAZHENG, L.; KITTS, D. D. Activation of antioxidant response element (ARE)-dependent genes by roasted coffee extracts. Food Funct, v. 3, n. 9, p.950-954, 2012. doi: 10.1039/c2fo30021d
20 - CHIANG, H. M. et al. Coffea arabica extract and its constituents prevent photoaging by suppressing MMPs expression and MAP kinase pathway. Food Chem Toxicol, v. 49, n. 1, p.309-318, 2011. doi: 10.1016/j.fct.2010.10.034
21 - VELAZQUEZ, P. M. C. et al. Effect of green Coffea arabica L. seed oil on extracellular matrix components and water-channel expression in in vitro and ex vivo human skin models. J Cosmet Dematol, v. 8, n. 1, p.56-62, 2009. doi: 10.1111/j.1473-2165.2009.00425.x
22 - ATANSOV, A. G. et al. Coffee inhibits the reactivation of glucocorticoids by 11beta-hydroxysteroid dehydrogenase type 1: a glucocorticoid connection in the anti-diabetic action of coffee? FEBS Lett, v. 580, n. 17, p.4081-4085, 2006. doi: 10.1016/j.febslet.2006.06.046
23 - SAUER, T. et al. Nuclear translocation of NF-κB in intact human gut tissue upon stimulation with coffee and roasting products. Food Funct, v. 2, n. 9, p.529-540, 2011. doi: 10.1039/c1fo10055f

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Alcoolatura

Componente

Quantidade*

Etanol/água 80%

1000 mL

Flor fresca

200 g

                                                                          * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Alcoolatura: pesar 200 g de flor fresca e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Sintomas de inquietação ou agitação em pessoas com transtornos mentais.

Posologia

Uso oral: usar na forma diluída (DH1 a DH5), 5 gotas, 1 a 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 89-90.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 ]
Marcador:
cafeína
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

cafeico e clorogênico.

Alcaloides

trigonelina.

Aminoácidos

Diterpenos

caffruenol A e B, caffruolide A e B, caffarolides A-H e cafestol.

Metilxantinas

cafeína, teofilina e teobromina.

Óleos essenciais

ácidos palmítico, esteárico, oleico, linoleico, linolênico, araquídico e beénico.

Outras substâncias

ácido ferúlico, kahweol, 3,4,5-ácido cafeoilquínico, pirocatecol e poliaminas.

Polissacarídeos

hemicelulose, glalactomananas e lipídeos insaponificáveis.

Proteínas

Sais minerais

potássio, sódio, cálcio e magnésio.

Taninos

Vitaminas

niacina e tocoferol.

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 81.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457-458.
3 - WANG, X. et al. Ent-kaurane diterpenoids from the cherries of Coffea arabica. Fitoterapia, v. 132, p.7-11, 2019. doi: 10.1016/j.fitote.2018.08.023
4 - WANG, X. et al. Identification of new diterpene esters from green Arabica coffee beans, and their platelet aggregation accelerating activities. Food Chem, v. 263, p.251-257, 2018. doi: 10.1016/j.foodchem.2018.04.081 
5 - ISLAM, M. T. et al. An insight into the therapeutic potential of major coffee components. Curr Drug Metab, v. 19, n. 6, p.544-556, 2018. doi: 10.2174/1389200219666180302154551
6 - CHO, Y. H. et al. Potential effect of compounds isolated from Coffea arabica against UV-B induced skin damage by protecting fibroblast cells. J Photochem Photobiol, v. 174, p.323-332, 2017. doi: 10.1016/j.jphotobiol.2017.08.015

Tipo: Internacional
Tipo de Monografia: Medicamentos e Produtos de Saúde do Canadá
Ano de Publicação: 2018
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2010
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