Originária da América do Norte, principalmente entre povos indígenas do leste do Canadá e leste dos Estados Unidos. Encontra-se cultivada na Europa. Suas principais indicações são: estomáquica, gastroprotetora, hepatoprotetora, orexígena, broncodilatadora, anti-hemorrágica, adstringente, laxante, estimulante do hormônio ocitocina, antiespasmódica, anti-inflamatória, vasoconstritora, antitérmica, imunossupressora, antioxidante, antimalárica, antifúngica e antibacteriana[1,2,3,4,5,6,7].
Planta herbácea, perene, medindo cerca de 12 a 30 cm de altura, de caule simples, ereto, piloso, com 2 folhas, raramente três na parte terminal; folhas redondas, nervadas, verde-escuras, pubescentes, cordiformes na base, com 5 a 7 lóbulos duplos, dentados; flor pequena, solitária, terminal, de cor branca-esverdeada; fruto pequeno, carnudo, em forma de bagas, oblongas; as sementes são pretas e brilhantes; rizoma horizontal, quase cilíndrico, retorcido, carnoso, grosso, de cor amarelo brilhante, com cerca de 1 a 5 cm de comprimento x 2 a 10 mm de diâmetro x 0,6 a 1,8 cm de espessura, com numerosas raízes delgadas, apresenta odor característico e sabor amargo[1,2,3].
| Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências | 
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Hidraste | Brasil | Rizoma | No tratamento de corrimento vaginal. | Infusão: 3 colheres (de sobremesa) da droga vegetal (pó) em 1 L de água. Abafar, deixar em repouso por 20 minutos e coar. | Fazer o banho de assento 3 vezes ao dia. | Contraindicada em pacientes em uso de anticoagulantes, anti-hipertensivos, digoxina e psicotrópicos, bem como na gravidez e lactação. Não se deve fazer o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento com Hydrastis canadensis. | [
  
          1  
] | 
Referências bibliográficas
Antibacteriana
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Folha | Extrato: maceração de 100 g do material vegetal em 500 mL de etanol à 50%. Concentrações para ensaio: 4,7 à 300 µg/mL. | In vitro: Em cepas de Staphylococcus aureus (resistentes à meticilina, mutantes e recombinantes), submetidas ao teste de microdiluição em ágar para determinar concentração inibitória mínima (CIM), fluorescência (plasmídeo pDB59), bioluminescência (gene lux) e teste de citotoxicidade em queratinócitos humanos incubados com extrato vegetal e cepas de S. aureus (mutação α-toxina ou deleção do gene agr), com posterior análise dos níveis de lactato desidrogenase. 
 | Observou-se que o extrato H. canadensis apresenta atividade antibacteriana contra cepas de S. aureus resistentes à meticilina (MRSA). | [
  
          1  
] | 
| Raiz | Extrato: 1718 g do material vegetal (pó) em metanol à 95 %. Concentrações para ensaio: 0,78 à 100 µg/mL. Outra espécie em estudo: Sanguinaria canadensis. | In vitro: Em cepas de Helicobacter pylori incubadas com extratos vegetais, submetidas ao teste de diluição em ágar para determinar concentração inibitória (CIM). 
 | Observou-se que H. canadensis apresenta atividade antibacteriana mais potente, com CIM = 12,5 µg/mL. | [
  
          3  
] | 
| - | Extrato. Outra espécie em estudo: Cymbopogon nardus. | In vitro: Em polímeros de silicones maxilofaciais (MDX-4210) contaminados com Candida albicans e Staphylococcus aureus, incubados com extratos vegetais para determinar atividade antimicrobiana, viabilidade celular e formação de biofilme (ensaio XTT e microscopia eletrônica de varredura). 
 | Observou-se que os extratos vegetais apresentam atividade antimicrobiana, reduzindo a formação de biofilme, contudo a desinfecção com água e sabão foi mais eficaz. | [
  
          5  
] | 
| Folha, Caule, Raiz e rizoma | Extrato (1:5 p/v): maceração de 1 g do material vegetal (pó) em 5 mL de etanol à 50%. Concentrações para ensaio: 5 à 300 µg/mL. | In vitro: Em cepas de Staphylococcus aureus e S. aureus (isogênica), submetidas ao teste de microdiluição em ágar e quadriculado, para determinar concentração inibitória mínima (CIM), concentração inibitória fracionada (FIC) e atividade da bomba de efluxo (por fluorescência). 
 | Observou-se que o extrato da parte aérea de H. canadensis apresenta atividade antibacteriana mais potente. | [
  
          6  
] | 
| Raiz e rizoma | Extrato hidroalcoólico à 45% (1:3). Extrato seco: 330 mg/mL. Padronizado com: 8,0 mg/mL de hidrastina e berberina. Concentrações para ensaio: 1:25 à 1:2000. | In vitro: Em culturas de Helicobacter pylori e Campylobacter jejuni submetidas ao teste de microdiluição em ágar, para determinar concentração inibitória média (CI50). 
 | Neste estudo, dos 21 extratos vegetais analisados, Calendula officinalis, Matricaria recutita, Zingiber officinale, Salvia officinalis, Foeniculum vulgare e Silybum marianum apresentam atividade antibacteriana contra C. jejuni, enquanto que Agrimonia eupatoria, Hydrastis canadensis, Filipendula ulmaria e Salvia officinalis são ativas contra H. pylori. | [
  
          10  
] | 
| Raiz | Extrato: 5 g do material vegetal em 25 mL de etanol à 55%. Rendimento: 18,5%. Concentrações para ensaio: 0,25 à 512 µg/mL. | In vitro: Em cepas de Neisseria gonorrhoeae (resistentes ou não à antibióticos) submetidas aos ensaios de disco-difusão e diluição em ágar, para determinar a concentração inibitória mínima (CIM50 e CIM100). 
 | Neste estudo, dentre as 14 espécies vegetais, Arctostaphylos uva ursi, Hydastis canadensis, Prumus serotina e Rhodiola rosea apresentam atividade antibacteriana, com CIM = 16 à 64 µg/mL. | [
  
          12  
] | 
Antimicrobiana
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Raiz e rizoma | Extrato (1:5 p/v): 500 g do material vegetal (pó) em etanol à 70%. Rendimento: 12,75 g. Concentrações para ensaio: 1 à 0,002 mg/mL. | In vitro: Em cepas de Staphylococcus aureus, Streptococcus sanguis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa, incubadas com extrato vegetal, submetidas aos testes de diluição em ágar para determinar concentração inibitória mínima (CIM). 
 | Observou-se que o extrato de H. canadensis apresenta atividade antibacteriana relevante. | [
  
          4  
] | 
Antioxidante
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Raiz e rizoma | Extrato: 60 g do material vegetal (pó) em 100 mL de etanol/água (7:3). Concentrações para ensaio: 1:1000 e 1:10000. Outras espécies em estudo: Hamamelis virginiana e Crataegus oxyacantha. | In vitro: Determinar atividade antioxidante através do ensaio ABTS. 
 | Observou-se que todas as plantas analisadas apresentam atividade antioxidante, sendo Hamamelis > Crataegus > Hydrastis. | [
  
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Hepatoprotetora
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Raiz | Extrato: material vegetal em metanol à 40 º C por 2 horas. Doses para ensaio: 300 e 1000 mg/kg. | In vitro: Em microssomas hepáticos de ratos Wistar incubados com fenacetina, dextrometorfano, clorzoxazona e testosterona, respectivas isoformas CYP1A2, CYP2D6, CYP2E1 e CYP3A, e extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de metabólitos por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). In vivo: Em ratos Wistar portadores de insuficiência hepática aguda induzida por acetaminofeno, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise da atividade das enzimas AST e ALT, e concentração plasmática de acetaminofeno. | Observou-se que o extrato de H. canadensis apresenta atividade hepatoprotetora, pois inibe significativamente a isoforma CYP2E1, principalmente na dose de 300 mg/kg. | [
  
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] | 
| Raiz | Extrato: material vegetal em metanol à 40 º C por 2 horas. Doses para ensaio: 300 e 1000 mg/kg. | In vitro: Em microssomas hepáticos de ratos Wistar incubados com fenacetina, dextrometorfano, clorzoxazona e testosterona, respectivas isoformas CYP1A2, CYP2D6, CYP2E1 e CYP3A, e extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de metabólitos por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). In vivo: Em ratos Wistar portadores de insuficiência hepática aguda induzida por acetaminofeno, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise da atividade das enzimas AST e ALT, e concentração plasmática de acetaminofeno. | Observou-se que o extrato de H. canadensis apresenta atividade hepatoprotetora, pois inibe significativamente a isoforma CYP2E1, principalmente na dose de 300 mg/kg. | [
  
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] | 
Imunoestimulante
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Raiz | Extrato. Dose para ensaio: 6,6 g. Outra espécie em estudo: Echinacea augustifolia. | In vivo: Em ratos Sprague-Dawley expostos via intraperitoneal ao antígeno hemocianina (KLH), pré-tratados com extratos vegetais, com posterior análise dos níveis das imunoglobulinas IgM e IgG (ELISA). | Observou-se que os extratos de H. canadensis (IgM) e E. angustifolia (IgG) apresentam atividade imunoestimuladora. | [
  
          7  
] | 
Redutora da polidipsia e hiperfagia
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Raiz | Extrato: pó. Dose para ensaio: 6,25% da dieta. Outras espécies em estudo: Arctostaphylos uva-ursi, Filipendula ulmaria, Viscum album, Cassia occidentalis, Artemisia dracunculus e Cinnamomum tamala. | In vivo: Em camundongos portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, suplementados com dieta contendo os extratos (em associação ou não), com posterior análise do peso corporal, ingestão de alimentos e água, e níveis plasmáticos de glicose e insulina. | Observou-se que H. canadensis, A. uva-ursi, V. album e A. dracunculus não apresenta atividade hipoglicemiante, contudo reduzem os sintomas de polidipsia e hiperfagia. | [
  
          14  
] | 
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
ácido clorogênico, ácido neoclorogênico e ácido quínico.
Ácidos graxos
Alcaloides
berberina, oxibeberina, hidrastina, β-hidrastina, hidrastinina, berberastina, xantopucina, canadina, 8-oxocanadina, talifendina, 8-oxotetrahidrotalifendina, candalina, canadalina, palmatina, tetrahidropalmatina, jatrorrizina, coptisina, isocoripalmina, 1,2-dihidronorreticulina, tembetarina, 8-oxo 5,6-deidrobeberina, reticulina e ácido canadinico.
Carboidratos
Fitosteróis
β-sitosterol e 20-hidroxiecdisona.
Flavonoides
6,8-di-C-metiluteolin 7-metil éter, 6-C-metiluteolin 7-metil éter, ácido 3,4-dimetoxi-2-(metoxicarbonil)benzoico, 3,5,3’-trihidroxi-7,4’-dimetoxi-6,8-C-dimetil-flavona, sideroxilina, 6-desmetil-sideroxilina e 8-desmetetil-sideroxilina.
Lactonas
meconina.
Óleos essenciais
Resinas
Referências bibliográficas
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suspender o uso se houver alguma reação indesejável.
em crianças, gestantes, lactantes, hipertensos e portadores de deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD)[1,2,3,4].
altas doses e o uso prolongado podem provocar redução da absorção de vitamina B, distúrbios digestivos (hepatotoxicidade, dores no estomago, prisão de ventre, diarreia, vômito) e nervosos (depressão, alucinação, delírio, convulsão), irritação das mucosas (fototoxicidade), reflexos exagerados, leucocitose ou leucopenia, paralisia, bloqueio atrioventricular, bradicardia, insuficiência respiratória e morte. O contato com as raízes pode causar ulcerações nas mucosas[1,2,4,6].
a berberina pode antagonizar a atividade anticoagulante da heparina. Os alcaloides beberina e hidrasina podem inibir a atividade das enzimas microssomias hepáticas (CYP2D6, CYP2C9 e CYP3A4), alterando assim, a metabolização de diversos medicamentos (anticoagulantes, anti-hipertensivos, digoxina, psicotrópicos, dentre outros). A ação farmacológica do hidraste pode ser potencializada ou alternada com Berberis spp. nos tratamentos crônicos (ambas as espécies possuem berberina)[2,5,6].
Referências bibliográficas
teses de estabilidade, temperatura (4 à 40°C) e luminosidade, dos constituintes químicos presentes na raiz íntegra ou em pó, demonstram que o armazenamento do material vegetal por um período de 6 meses não altera significativamente a composição química [ 2 ] .
protocolos de micropropagação in vitro a partir das folhas em meio MS, são propostos para o desenvolvimento rápido desta espécie [ 1 ] .
Referências bibliográficas
 
                









