Palicourea rigida Kunth

Douradinha, gritadeira, tangaraca e erva-de-rato-grande.

Sinonímia 
Psychotria noxia A. St.-Hil.
Família 
Informações gerais 

Ocorre desde o México até a Argentina. No Brasil é encontrada, principalmente, no bioma Cerrado, nos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás. Além do valor medicinal esta espécie também apresenta considerável valor ornamental. Suas principais indicações são: antifúngica, antisséptica, anti-inflamatória, cicatrizante, cardiotônica, diurética e desintoxicante[1,2,3].

Referências informações gerais
1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 207-209.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 146-148.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 299-302.
Descrição da espécie 

Planta subarbustiva, arbustiva ou arvoreta, com até 2 m de altura, caules cilíndricos, raramente tetragonais, curtos e glabros, com casca espessa, fendida longitudinalmente; folhas simples, opostas, subopostas, rígidas, coriáceas, geralmente glabras, sésseis ou curto-pecioladas, obovadas ou ovadas, elípticas ou oblanceoladas, base aguda à obtusa, ápice arrendondado ou agudo, medindo de 10,5 a 21,0 cm de comprimento x 3,5 a 14,5 cm de largura, com nervura principal espessa e de cor amarelada; as flores são amarelas ou alaranjadas, em grandes inflorescências terminais, em panículas multifloras, piramidal ou cilíndrica, de eixo amarelo ou avermelhado; fruto em drupa ovoide, com cerca de 4,5 mm de comprimento, de coloração roxo-escura a negra[1,2,3].

Referências descrição da espécie
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 300.
2 - SILVA, G. et al. Pequenas plantas do cerrado: biodiversidade negligenciada: Palicourea rígida Kunth. Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo: Rettec, 2018, p. 637. Disponível em: http://arquivo.ambiente.sp.gov.br/publicacoes/2018/12/plantaspequenasdocerrado.pdf. Acesso em: 15 jun. 2020.
3 - DURIGAN, G. et al. Plantas do cerrado paulista: imagens de uma paisagem ameaçada. São Paulo: Páginas & Letras Editora Gráfica, 2004, p. 380.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: maceração de 800 g do material vegetal (pó) em 2,5 L de etanol. Rendimento: 17,3%. Concentrações para ensaio: 0,1 à 1,0 mg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de edema de orelha induzido por administração tópica de óleo de cróton, ácido araquidônico, fenol e capsaicina, submetidos ao tratamento com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de proteína total, atividade da mieloperoxidase (MPO) e N-acetil-β-D-glucosaminidase (NAG) em homogenato do tecido, e análise histopatológica.

Observou-se que o extrato etanólico de P. rigida apresenta atividade anti-inflamatória tópica.

[ 1 ]

Antiedematogênica

Antiedematogênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha, raízes e flor

Extrato (folha): 613 g do material vegetal (pó) em etanol absoluto. Rendimento:18,0 g. Frações: n-hexano, clorofórmio e metanol.

Extrato (raiz): 220,0 g do material vegetal (pó) em metanol. Rendimento:10,2 g. Frações: n-hexano, clorofórmio e acetato de etila.

Extrato (flor): 50,6 g do material vegetal (pó) em metanol. Rendimento 2,8 g. Frações: n-hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol.

Concentração para ensaio: 1,25, 2,5 e 5,0 mg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com extratos vegetais e submetidos ao teste de edema de orelha induzido por administração tópica de óleo de cróton.

Observou-se que a fração de n-hexano, a partir do extrato etanólico da folha, de P. rigida apresenta atividade antiedematogênica tópica significativa.

[ 2 ]
Ensaios toxicológicos

Toxicidade aguda

Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico. Dose para ensaio: 4,0 g/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos ao teste de toxicidade aguda.

Observou-se que o extrato etanólico da folha de P. rigida apresenta ausência de toxicidade.

[ 2 ]

Referências bibliográficas

1 - PINHEIRO, R. P. et al. Identification of compounds from Palicourea rigida leaves with topical anti-inflammatory potential using experimental models. Inflammopharmacol, v. 26, n. 4, p.1005-1016, 2018. doi: 10.1007/s10787-017-0415-3
2 - ALVES, V. G. Acute toxicity, antiedematogenic activity, and chemical constituents of Palicourea rigida Kunth. Z Naturforsch C J Biosci, v. 71, n. 3-4, p.39-43, 2016. doi: 10.1515/znc-2015-0036

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Folha seca

100 g

Folha fresca

200 g

                                                                   * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca, pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de folha fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Infecções urinárias.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de café rasa

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Infecções urinárias.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso três a seis vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 207-209.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 132-133.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Alcaloides indolícos

vallesiachotamina.

Ciclotídeos

parigidina-br3.

Diterpenos

fitol.

Flavonoides

quercetina e 3-O-β-D-glucosídeo.

Glicosídeos iridoides

loganina, secoxiloganina e swerosídeo.

Triterpenos

ácido betulínico e lupeol.

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 300.
2 - PINHEIRO, R. P. et al. Identification of compounds from Palicourea rigida leaves with topical anti-inflammatory potential using experimental models. Inflammopharmacol, v. 26, n. 4, p.1005-1016, 2018. doi: 10.1007/s10787-017-0415-3
3 - ALVES, V. G. Acute toxicity, antiedematogenic activity, and chemical constituents of Palicourea rigida Kunth. Z Naturforsch C J Biosci, v. 71, n. 3-4, p.39-43, 2016. doi: 10.1515/znc-2015-0036
4 - PINTO, M. F. S. et al. Characterization of a bioactive acyclotide from Palicourea rigida. J Nat Prod, v. 79, n. 11, p.2767-2773, 2016. doi: 10.1021/acs.jnatprod.6b00270
5 - SOARES, P. R. O. et al. In vitro antiproliferative effects of the indole alkaloid vallesiachotamine on human melanoma cells. Arch Pharm Res, v. 35, n. 3, p.565-571, 2012. doi: 10.1007/s12272-012-0320-7

Propagação: 

é realizada por sementes e estacas [ 1 ] .

Colheita: 

as folhas adultas devem ser colhidas antes da floração, seguidamente colocadas para secar, e finalmente picadas. A colheita das partes aéreas da planta deve ser realizada, preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, segundo a sabedoria popular [ 1 ] .

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 300.

Referências bibliográficas

Parceiros