Nativa do Brasil, principalmente no bioma Cerrado, também ocorre no Paraguai, Bolívia e Argentina. Muito cultivada como ornamental. Recebe o nome popular “erva-de-São-João”, contudo este pode referir-se a outras espécies (Ageratum conyzoides e Hypericum perforatum) com indicações farmacológicas diferentes. Suas principais indicações são: antifúngica, anti-inflamatória, antinociceptiva, antimicrobiana, antioxidante e no tratamento de vitiligo[1,2,3].
Trepadeira de até 4 m de comprimento, lenhosa, perene; as folhas são simples, inteiras, lanceoladas, de cor verde brilhante na face superior e prateada na face inferior; flores de coloração alaranjada[1].
| Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências | 
|---|
Anti-inflamatória
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato hidroalcoólico. Rendimento: 6%. Dose para ensaio: 300 mg/kg. | In vivo: Em camundongos BALB/c suplementados com dieta rica em carboidratos, tratados com extrato vegetal, com posterior análise do índice de adiposidade, níveis de citocinas em homogenato do tecido adiposo epididimal e hepático (TNF-α, IL-4, IL-6, IL-10 e IL-13), parâmetros bioquímicos (glicose, colesterol total, triacilglicerol, insulina, adiponectina e resistina) e histológicos. | Observou-se que o extrato de P. venusta apresenta atividade anti-inflamatória, nas desordens metabólicas relacionadas à obesidade. | [
  
          6  
] | 
Anti-inflamatória e Hiperpigmentante
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Folha | Extrato: 100 g do material vegetal (seco) em etanol/água (70:30 v/v). Dose para ensaio: 300 mg/kg. | In vivo: Em camundongos Swiss submetidos ao teste de edema de orelha induzido por óleo de cróton, tratados com extrato vegetal via oral e tópica, e em camundongos C56BL/6 portadores de vitiligo induzido por monobenzona, com posterior análise histológica, atividade de N-acetil-D-glucosamina (NAG), níveis de citocinas (IL-1β, IL-6 e TNF-α), espécies reativas ao oxigênio (ERO’s), pigmentação e infiltração celular. | Observou-se que P. venusta apresenta atividades anti-inflamatória, antioxidante e hiperpigmentante. | [
  
          2  
] | 
Antidepressiva
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato: maceração do material vegetal (pó) em etanol/água. Doses para ensaio: 30, 100 e 300 mg/kg. | In vivo: Em camundongos Swiss portadores de comportamentos depressivos induzidos por lipopolissacarídeo (LPS), pré-tratados com o extrato vegetal e submetidos aos testes de campo aberto (locomotor) e natação forçada (FST). | Observou-se que o extrato P. venusta reduz o comportamento exploratório e depressivo induzido por LPS. | [
  
          3  
] | 
Antifúngica e Antioxidante
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato: maceração de 1,5 kg do material vegetal (fresco) em etanol/água (7:3 v/v). Rendimento: 49 g. Frações: hexano, acetato de etila e n-butanol. | In vitro: Em cepas de Candida albicans, C. krusei, C. tropicalis, C. parapsilosis e C. guilhermondii incubadas com extratos vegetais, submetidas ao teste de microdiluição, para determinar a concentração mínima inibitória (CIM). Determinar a atividade antioxidante através do radical DPPH. 
 | O estudo demonstra que a fração de n-butanol apresenta ação antifúngica e antioxidante mais potente. | [
  
          8  
] | 
Antimicrobiana
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato: 200 g do material (pó) em etanol à 30%. Rendimento: 30 g. Frações: água, hexano, acetato de etila, n-butanol. | In vitro: Em cepas de Streptococcus mutans, S. mitis, S. oralis e Candida albicans incubadas com extratos vegetais e submetidas ao teste de microdiluição em ágar, para determinar a concentração mínima inibitória (CIM), concentração bactericida mínima e concentração mínima fungicida (CFM), produção de ácidos por S. mutans, formação de tubos germinativos e brotação de C. albicans. Em macrófagos murino (RAW 264.7) e células mononucleares de sangue periférico (PBMC), incubados com o extrato vegetal e frações, com posterior análise da produção de óxido nítrico e citotoxicidade, respectivamente. 
 | Observou-se que P. venusta apresenta efetividade no tratamento da cárie e doença periodontal, principalmente a fração de acetato de etila. | [
  
          1  
] | 
Antioxidante
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor e raiz | Extratos: 250 g do material vegetal (pó) em metanol. | In vitro: Determinar a atividade antioxidante através dos radicais DPPH, ABTS e redução de íons férrico (FRAP). 
 | Observou-se que os extratos (flor e raiz) apresentam atividade antioxidante significativa. | [
  
          9  
] | 
Antitumoral
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato: maceração de 50 g do material vegetal (pó) em 250 mL etanol/água (70:30 v/v). Extrato: 20 g do material vegetal (pó) em 200 mL de heptano ou clorofórmio. Concentrações para ensaio (in vitro): 12 à 50 µg/mL. Dose para ensaio (in vivo): 400 µg/mL. | In vitro: Em células de melanoma de humanos (SKMel 28 e A2058), de câncer cervical humano (HeLa), endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC), fibroblastos de prepúcio humano (HF), glioblastoma (U87-MG), adenocarcinoma do colorretal (CT26), melanoma murino (B16F10-Nex-2) e fibroblastos de ratos (3T3), incubadas com os extratos vegetais com posterior análise da viabilidade celular (ensaio MTT). Em células B16F10-Nex2 incubadas com extrato de heptano, com posterior análise da fragmentação de DNA, apoptose celular, atividade da caspase, viabilidade celular, níveis de ânion superóxido, potencial de membrana e ciclo celular. In vivo: Em camundongos C57BL/6 transfectados com células B16F10-Nex2, tratados com extratos vegetais, com posterior análise do diâmetro tumoral. | Observou-se que o extrato de heptano de P. venusta apresenta atividade antitumoral. | [
  
          4  
] | 
Cicatrizante
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato: 250 g do material vegetal (pó) em metanol. Dose para ensaio (in vivo): 100 mg/kg. | In vitro: Em cepas de Bacillus subtilis, Staphylococcus epidermidis, S. pyogenes, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Micrococcus luteus, Enterobacter aerogenes, Salmonella typhi, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, C. tropicana e Aspergillus niger incubadas com extrato vegetal e submetidas ao teste de difusão em ágar para determinar a concentração mínima inibitória (CIM). In vivo: Em ratos Wistar portadores de feridas cutâneas (por incisão e excisão), tratados com extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de citocinas (IL-10, IL-6 e TNF-α), hidroxiprolina e hexosamina, substâncias reativas ao tiobarbitúrico (TBARS) e parâmetros histológicos. | Observou-se que P. venusta apresenta ação cicatrizante, associada as atividades antimicrobiana e antioxidante. | [
  
          5  
] | 
Hiperpigmentante
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Folha e flor | Extratos: maceração de 100 g do material vegetal (seco) em etanol/água (70:30 v/v). Concentrações para ensaio: 0,01 á 3 µg/mL. | In vitro: Em células de melanoma murino (B16F10), incubadas com extratos vegetais, com posterior análise de viabilidade celular (ensaio MTT) e do teor de melanina em melanócitos. Determinar a atividade da enzima tirosinase em cogumelos incubados com os extratos vegetais e os níveis de alantoína por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). 
 | Observou-se que ambos extratos de P. venusta apresentam atividade hiperpigmentante significativa, além da ausência de citotoxicidade. | [
  
          7  
] | 
Redutora da hiper-responsividade brônquica
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato: 100 g do material vegetal (pó) em 1 L de água e em 1 L de etanol à 70%. Dose para ensaio: 300 mg/mL. | In vivo: Em camundongos BALB/c portadores de inflamação alérgica nas vias aéreas, induzida por ovoalbumina (OVA), tratados com extratos vegetais, com posterior análise parâmetros respiratórios (resistência e elastância), do lavado broncoalveolar, níveis de IgE, IL-4, IL-5, IL-9, IL-10, IL-13 e INF-γ, TGF-β, atividade antioxidante (ABTS) e análise histológica. | Observou-se que o extrato aquoso de P. venusta reduz a hiper-responsividade brônquica, associada as atividades antioxidante e anti-inflamatória. | [
  
          10  
] | 
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza 
        
  
  
      
      
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          1  
]
    
  
  
  
  
  
  
 
  | Tintura | Alcoolatura | ||
| Componente | Quantidade | Componente | Quantidade* | 
| Álcool etílico/água 70% | 1000 mL | Álcool etílico/água 80% | 1000 mL | 
| Flor seca | 100 g | Flor fresca | 200 g | 
Tintura: pesar 100 g de flor seca e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de álcool etílico a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de flor fresca íntegra, colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de álcool etílico 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Infecções fúngicas, em especial candidíase e processo inflamatórios da pele incluindo eczema.
Uso tópico: incorporar cremes, pomadas ou loções.
Farmácia da Natureza 
        
  
  
      
      
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  | Componente | Quantidade | 
| Lippia origanoides (folha - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 10 mL | 
| Pyrostegia venusta (flor - alcoolatura 20% p/v em álcool etílico 80%) | 10 mL | 
| Creme base não iônico (q.s.p.) | 100 g | 
Pesar a tintura e a alcoolatura, incorporar o creme e homogeneizar.
Micoses cutâneas em geral.
Uso tópico: passar na área afetada 2 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza 
        
  
  
      
      
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          3  
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  | Componente | Quantidade | 
| Flor seca rasurada | 0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira cheia | 
| Água q.s.p. | 150 mL | 
Preparar por infusão, por 5 minutos.
Dermatofitoses e candidíase vaginal.
Uso tópico: aplicar o infuso na pele duas a três vezes ao dia.
Uso tópico: fazer banhos de assento duas a três vezes ao dia com volume suficiente do infuso.
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
ácido clorogênico.
Ácidos graxos
hexadecanóico, linoleico, oleico e palmítico.
Alcaloides
Alcanos
octasano, triacontano e n-hentriacontano.
Carboidratos
inositol, sacarose, glicose, frutose e ramnose.
Cetonas
acetofenona.
Compostos nitrogenados
alantoína.
Esteróis
Fenilpropanoides
verbacosídeo e isoverbascosídeo.
Fitosteróis
β-sitosterol.
Flavonoides
rutina, acacetina-7-O-glicosídeo, acacetina-7-O-β-glucopiranosídeo e quercetina-3-O-α-1-ramnopiranosil-(1–6)-β-d-galactopiranosídeo.
Outras substâncias
diazoprogesterona, arabipiranose, ácido propanoico, éster pentametildisilanílico, ácido trans-3-hexanodioico, ácido quinínico
Resinas
Saponinas
Taninos
Triterpenos
lupeol e ácido betulínico.
Vitaminas
colina.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável[1,2].
não há dados na literatura.
é fotossensibilizante, podendo causar quadros de queimadura, se exposição solar após o uso[1,2].
associar com Brosimum gaudichaudii (mama cadela) e Genipa americana (jenipapo) para o tratamento de vitiligo[3].
Referências bibliográficas
a colheita das partes aéreas da planta deve ser feita, segundo a sabedoria popular, preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, em especial nos meses de maio e junho [ 1 ] .
Referências bibliográficas
 
                









