Nativa do leste e centro da América do Norte, especialmente no Canadá e Estados Unidos, também pode ser encontrada na China e cultivada na Europa. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, analgésica, hipoglicemiante, antirreumática, antitussígena, sedativa, emenagoga, no tratamento da síndrome do climatério, síndrome pré-menstrual, nos distúrbios menstruais (oligo/amenorreia), na infertilidade associada a síndrome do ovário policístico (SOP), coadjuvante no tratamento do câncer de mama, disfunção sexual feminina e osteoporose[1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26,27,28].
Planta perene, ereta, frondosa, caule alto, com 1 a 1,5 m de altura; rizomas cilíndricos, nodosos, espessos, resistentes, enegrecidos, enquanto que as raízes são retas, fortes, marrom-escuras, quadrangulares e sulcadas; folhas grandes, compostas, pinadas, lisas e crenadas-serrilhadas que partem de um rizoma subterrâneo; inflorescência em racemo longo, pedunculado, pendente, com 30 a 90 cm de comprimento, flores brancas, com 3 a 8 pétalas[1,2].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
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- | América do Norte (nativos americanos e primeiros colonizadores) | Raiz e rizoma (secos) | Antimalárica, antirreumática, antiofídica, no tratamento de mal estar em geral, insônia, anormalidades da função renal, dor de garganta, problemas ginecológicos e como auxiliar no parto. |
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1
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- | Espanha (curandeiros tradicionais) | - | No tratamento de sintomas da pré-menopausa. |
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- | Estados Unidos (Civilização Haudenosaunee) | - | Antirreumático e também aplicado na ortopedia. |
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1
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- | Reino Unido | - | Antiepiléptica. |
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1
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- | Suécia | - | Como terapia de reposição hormonal em mulheres em que a terapia estrogênica é contraindicada. |
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1
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- | Medicina Chinesa | - | No tratamento de distúrbios pré-menstruais e do climatério, e do sarampo (fase pré-erupção cutânea). |
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1
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- | Europa | - | No tratamento de doenças da menopausa e como terapia de reposição hormonal. |
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1
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- | Guatemala | - | No tratamento de distúrbios da menopausa. |
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1
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- | Brasil | - | No tratamento da disfunção sexual feminina. |
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1
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- | México | - | No tratamento de sintomas da menopausa. |
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1
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- | Estados Unidos (indígenas norte-americanos) | - | No tratamento de dores articulares, mialgias e problemas ginecológicos. |
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1
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- | Estados Unidos (povo nativo americano Cherokee) | Rizoma | Emenagoga. |
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2
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- | Estados Unidos (povo nativo americano Cherokee) | Rizoma | Antirreumática, antitussígena e no tratamento dos sintomas de resfriado. |
Infusão. |
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2
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- | Estados Unidos (parteiras) | - | Utilizada a partir do terceiro trimestre da gestação para preparar a mulher para o parto. |
Associação de (“cordial da mãe” ou “partus preparatus”): Cimicifuga recemosa (black-cohosh) Mitchella ripens(cipó-de-Índia), Rubus idaeus (framboesa), Caulophyllum thalictroides (cimicífuga-azul) e Chamaelirium luteum (falso-unicórnio). |
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3
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- | - | Raiz e rizoma | Emenagoga, antiespasmódica, sedativa, antirreumática, antiartrítica, no tratamento da osteoartrite, dores musculares e problemas pulmonares (coqueluche). |
Decocção: ½ a 1 colher de chá da raiz seca em 1 xícara de água. Ferver por 10 a 15 minutos. |
Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia. |
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4
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- | - | Raiz e rizoma | Emenagoga, antiespasmódica, sedativa, antirreumática, antiartrítica, no tratamento da osteoartrite, dores musculares e problemas pulmonares (coqueluche). |
Tintura. |
Tomar 2 a 4 mL 3 vezes ao dia. |
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4
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Black cohosh | Estados Unidos (nativos americanos) | - | Antidismenorreica, antimalárica e no tratamento de problemas renais, indisposição, amigdalite e no trabalho de parto. |
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5
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Black cohosh | Nativos americanos (Cherokee) | Raiz | Emenagoga, antirreumática, antitussígena e no tratamento de resfriados. |
Infusão. |
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5
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- | Europa | - | Antirreumática e no tratamento de bronquite, mialgia, nevralgia e alterações menstruais. |
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5
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- | Medicina Tradicional Chinesa | Rizoma | Anti-inflamatória, analgésica e antipirética. |
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5
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Ulidástĭ útana, black bugbane, black snake root e black cohosh | América do Norte (Indígenas) | Raiz | Antitérmica (até nos casos de febre amarela) e sudorífica. |
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6
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Referências bibliográficas
Anti-inflamatória
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Rizoma |
Extrato aquoso. Concentrações para ensaio: 3 e 6 µg/µL. |
In vitro: Em células mononucleares de sangue periférico de humanos saudáveis (PBMCs), estimuladas por LPS e incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis séricos e expressão genética de IL-6 e 8, TNF-α e IFN-γ (ELISA e RT-PCR) e viabilidade celular (MTT).
|
O extrato de C. racemosa apresenta atividade anti-inflamatória, devido a redução dos níveis de IL-6, TNF-α e IFN-γ, exceto de IL-8. |
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6
] |
Antiproliferativa
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Rizoma |
Extrato (BNO-1055). |
In vitro: Em cultura de células de câncer de próstata (LNCaP, PC3, DU145 e EP156T) e benignas (RWPE1), incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (WST-1), captação e incorporação de nucleotídeos (BrdU e 3H-timidina), expressão e quantificação de transportadores de nucleosídeos (ENT1 e ENT2).
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O extrato de C. racemosa apresenta atividade antiproliferativa, pois altera a atividade dos transportadores (captação) de nucleosídeos. |
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13
] |
Ausência de atividadade estrogênica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Rizoma |
Extrato seco (BNO 1055). Concentrações para ensaio: 0,005 a 500 µg/mL. |
In vitro: Em culturas de células de câncer endometrial (HEC-1-A, Ishikawa, RL-95-2 e KLE) e ovariano (Kuramochi e COV362), células normais endometrial (HIEEC) e ovariana (HIO80) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da expressão ESR1 e 2, HPRT1, HSD17B1 e 2, POLR2A, RPLP0, STS e SULT1E1 (qPCR), citotoxicidade (Azul Tripano) e proliferação celular (Vermelho de Fenol).
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O extrato de C. racemosa não apresenta efeito estrogênico em células normais ou de câncer do endométrio e ovário. |
[
3
] |
- |
Extrato: padronizado com 2,7% de 27-deoxiacteína. Outra espécie em estudo: Trifolium pratense. |
In vivo: Em ratas Wistar ovariectomizadas, tratadas com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros histológicos do endométrio e imuno-histoquímicos/morfométricos (ERα e Ki67). |
Os extratos de C. racemosa e T. pratense reduzem a proliferação endometrial, contudo, apenas o extrato de T. pratense estimula ERα no endométrio. |
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11
] |
Cardioprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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- |
Extrato isopropanólico. Dose para ensaio: 60 mg/kg (5 mL/kg). |
In vivo: Em ratas Sprague-Dawley ovariectomizadas, tratadas com o extrato vegetal, com posterior análise do peso corporal e uterino, níveis séricos de estradiol, expressão de DBH e NET em gânglios estrelados (Imuno-histoquímica), níveis de norepinefrina e expressão de β1-AR e CaMK II em homogenato do ventrículo esquerdo (CLAE e Western blotting). |
O extrato de C. racemosa apresenta ação no sistema cardiovascular, pois reduz a expressão das proteínas β1-AR e CaMK II, contudo, não altera os níveis de NET e NE. |
[
1
] |
Citoprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Raiz e rizoma |
Extrato seco etanólico (Ze 450). Concentrações para ensaio: 1 a 200 µg/mL. |
In vitro: Em cultura de células neuronais (HT22) e hepáticas (HepG2) incubadas com o extrato vegetal e indutores de estresse oxidativo, erastina e RSL-3, com posterior análise da viabilidade e morte celular (MTT e Anexina-V-FITC), peroxidação lipídica, nível de espécies reativas ao oxigênio mitocondrial e morfologia mitocondrial (fluorescência), níveis de ATP (luminescência), medidas de consumo de oxigênio e acidificação extracelular e potencial de membrana mitocondrial.
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O extrato de C. racemosa apresenta atividade citoprotetora contra o estresse oxidativo, sendo promissor para o tratamento de doenças neuronais e metabólicas. |
[
2
] |
Hipoglicemiante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Raiz e rizoma |
Extrato seco etanólico (Ze 450). RDE: 7,3:1. Padronizado com: 8,4% de glicosídeos triterpênicos. Concentrações para ensaio (in vitro): 1, 10 e 100 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 10 a 90 mg/kg. |
In vitro: Em cultura de células HepaRG incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de proteína AMPK (ELISA). In vivo: Em camundongos ob/ob tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do teste de tolerância oral à glicose oral e dos níveis plasmáticos de glicose e insulina. |
O extrato de C. racemosa apresenta atividade hipoglicemiante promissora, pois ativa a proteína AMPK semelhante a metformina, melhorando metabolismo da glicose e a sensibilidade à insulina. |
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8
] |
Osteoprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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- |
Extrato: CR BNO 1055 (Klimadynon®) |
In vivo: Em ratas (SD) ovariectomizadas tratadas com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros histológicos (histomorfometria e STRUT) da medula óssea (superfície trabecular, gordura e sistema hematopoiético), isolada da tíbia. |
O extrato de C. racemosa reduz o desenvolvimento da osteoporose em ratas ovariectomizadas, possivelmente devido a diminuição dos níveis de gordura na medula óssea, bem como da secreção de citocinas pró-inflamatórias. |
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4
] |
Rizoma |
Extrato (CR BNO 1055). |
In vivo: Em ratas ovariectomizadas e suplementadas com dieta contendo o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros histológicos da articulação do joelho (fêmur/tíbia), níveis séricos de leptina, colesterol e insulina. |
O extrato de C. racemosa apresenta resultados promissores na prevenção da Síndrome Metabólica e osteoartrite, devido a redução de tecido adiposo nas articulações. |
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7
] |
Referências bibliográficas
Ácidos graxos
oleico e palmítico.
Açúcares
Alcaloides
quinolina, isoquinolina, quinolizidina, anagirina, baptifolina, magnoflorina, citisina, metilcitisina, metilserotonina, indol, guanidina e norbufotenina.
Amidos
Compostos fenólicos
ácidos cafeico, hidroxicinâmico, ferúlico, isoferúlico, fumarólico, rotocatecuico, fucinólico, salicílico, cimicifúgicos (A, B, D, E e F), acético, butírico, fórmico, protocatecuico e p-cumárico, protocatecualdeído, cafeato de metila, éster 1-metílico de ferulato, 1-isoferuloil-β-d-glicopiranosídeo, caempferol (há estudos que dizem da ausência desta substância em C. racemosa), biocanin A, cimicifenol, cimicifenona, cimiracemato A-D e metilcafeato.
Ésteres do ácido cinâmico
ácido fuquiico e ácido piscídico.
Fitosteróis
Flavonoides
formononetina (há estudos que dizem da ausência desta substância em extratos de C. racemosa).
Gomas
Outras substâncias
citrulol, ácido fosfórico, colina e betaína.
Resinas
cimicifugina.
Taninos
Triterpenoides
9,19-cicloartenol, 23-epi-26-desoxiacteína, 26-desoxiacteína, 27-deoxiacteína, acteína, cimiracemosídeos A-H, cimigenol, cimicifugosídeos (H-3, H-4 e H-6), cimiracemo e glicosídeos cicloartano.
Referências bibliográficas
as sementes apresentam dormência e devem ser submetidas a pré-tratamentos com temperatura baixas, de 4 a 13°C. A adição de ácido giberélico (4 mg/L) favorece o desenvolvimento das folhas quando aplicado antes do tratamento a frio ou logo após o início da germinação [ 2 ] .
as raízes e os rizomas devem ser colhidos após o amadurecimento dos frutos. A melhor época de colheita ocorre nos meses de maio até junho, quando se obtém os maiores teores de glicosídeos triterpênicos e ácido isoferúlico. As raízes e rizomas devem ser cortados em sentido longitudinal, e colocados para secar cuidadosamente [ 1 , 2 ] .
por razões práticas a temperatura ideal é de 60 ± 8°C, contudo, temperaturas entre 80 e 105°C não influenciaram significativamente o teor dos compostos fenólicos [ 2 ] .
Referências bibliográficas