Justicia pectoralis Jacq.

Chambá, anador, trevo-do-Pará e trevo-cumaru.

Família 
Informações gerais 

Originária da América Central e América do Sul, sendo muito cultivada em hortas domésticas. Suas principais indicações são: expectorante, broncodilatadora, antitussígena, sedativa leve, antimicrobiana, anticoagulante, antitérmica, antiespasmódica, anti-inflamatória e analgésica[1,2,3,4,5,6].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 130-134.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 123-125.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 148-149.
4 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 37-38.
5 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 283-284.
6 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 97-99.
Descrição da espécie 

Erva perene, entouceirada, suberecta, de aproximadamente 40 cm de altura; folhas simples, membranáceas, opostas, lanceoladas, pecioladas, estreitas e longas, com cerca de 3 a 10 cm de comprimento; as flores são pequenas e azuladas; os frutos são do tipo cápsula deiscente. A planta desprende um forte cheiro adocicado (cumarina) algum tempo depois da coleta[1,2].

Referências descrição da espécie
1 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 123.
2 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Agricultores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 17.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Cúria, erva de Santo Antônio e erva do carpinteiro Venezuela -

Adstringente, expectorante, broncodilatadora, sedativa e anti-hemorrágica.

-

-

-

[ 1 ]
Cúria, erva de Santo Antônio e erva do carpinteiro Venezuela Folha

Cicatrizante (feridas).

Cataplasma.

-

-

[ 1 ]
Cúria, erva de Santo Antônio e erva do carpinteiro Venezuela Raiz

Emenagoga.

Decocção.

-

-

[ 1 ]
Cúria, erva de Santo Antônio e erva do carpinteiro Venezuela -

Hepatoprotetora, antirreumática e nos casos de gota.

Infusão.

-

-

[ 1 ]
Cerebril, tilo crioulo e tilo cubano Costa Rica -

Tranquilizante.

Infusão.

Uso interno.

-

[ 1 ]
Cerebril, tilo crioulo e tilo cubano Costa Rica Folha

Anticatarral e broncodilatadora.

Decocção.

Tomar 3 vezes ao dia.

-

[ 1 ]
Tilo, tila, chá criolo e carpinteiro Cuba e Colômbia (Zona Tropical) Folha fresca ou seca ou planta toda

Sedativa, calmante, antigripal, antitussígena, expectorante, broncodilatadora, antiepiléptica, orexígena, analgésica e no tratamento da arteriosclerose. 

Decocção ou infusão e adoçar (uso interno) ou cozinhar em azeite (uso externo).

Uso interno: tomar 3 vezes ao dia. Uso externo: na forma de cataplasma (problemas respiratórios). 

-

[ 1 , 3 ]
- Haiti e Colômbia (Zona Tropical) Folha

No tratamento de gastralgia e gastrite. 

-

Uso interno.

-

[ 1 , 3 ]
- Jamaica e Colômbia (Zona Tropical) Planta toda ou sumo das folhas frescas

No tratamento de ferimentos cutâneos (cortes) sangrantes.

-

-

-

[ 1 , 3 ]
- América do Sul e Colômbia (Zona Tropical) Folha (pó)

Alucinógena (associado com espécies do gênero Virola).

Inalação.

-

-

[ 2 ]
Curía e Santa Marta Honduras Planta toda

Dor de estômago, tosse e febre.

Decocção.

-

-

[ 2 ]
- Caribe e Colômbia (Zona Tropical) Folha (pó)

Afrodisíaca.

Maceração no vinho.

-

-

[ 2 ]
Yakayú Colômbia Planta toda

Pneumonia e outras afecções pulmonares.

Decocção.

-

-

[ 2 ]
Tilo criollo, tilo jardín, té criollo e piri piri Colômbia (Zona Tropical) Talo e folha

Anticoagulante.

-

-

-

[ 3 ]
Tilo criollo, tilo jardín, té criollo e piri piri Colômbia (Zona Tropical) Planta toda

Antianêmica e anti-hemorrágica.

-

Associar com folhas de Croton.

-

[ 3 ]
Chambá Botucatu-SP (Brasil) Parte aérea

Antitussígena, expectorante e broncodilatadora.

Infusão: 5 g (5 colheres de chá) em 150 mL (1 xícara de chá) de água.

Tomar 1 xícara (chá) de 2 a 3 vezes ao dia.

Deve-se evitar em pacientes com problemas de coagulação ou em uso de anticoagulantes e analgésicos.

[ 4 ]
Chambá Indígenas da Amazônia (Brasil) Folha

Aromatizante de misturas alucinógenas com sementes de Virolla.

Pó: inalação (rapés sagrados).

-

-

[ 5 ]
Chambá Nordeste (Brasil) Folha

Broncodilatadora, anti-inflamatória, antiasmática, antitussígena, no tratamento de bronquite, chiado no peito e respiração difícil sem causa aparente.

Lambedor ou xarope: misturar 30 a 40 folhas frescas de Plectranthus amboinicus (malvarisco) em 1 copo de açúcar (formando camadas) em fogo baixo, até formar uma uma mistura líquida, e adicionar (ainda quente) o decocto de chambá, a partir de um punhado de folhas picadas e 50 a 100 mL de água. Pode acrescentar poejo ou hortelã japoneza ao decoto de chambá.

Tomar de 1 a 2 colheres (de sopa) 2 ou 3 vezes ao dia. Manter em geladeira, e consumir até 1 mês depois do preparo.

Crianças devem tomar a metade da dose.

[ 5 , 6 ]
Grama carpinteiro Trinidad e Tobago Folha

No tratamento de doenças da próstata.

-

-

-

[ 7 ]

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 4.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 7.
3 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 283-284.
4 - LIMA, G. P. P. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Saúde - Prescritores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 15.
5 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 326. 
6 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1994, p. 80-81.
7 - LANS, C. et al. Ethnomedicines used in Trinidad and Tobago for reproductive problems. J Ethnobiol Ethnomed, v. 3, p.1-12, 2007. doi: 10.1186/1746-4269-3-13

Ansiolítica

Ansiolítica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato (1:7,5 p/v): maceração de 50 g do material vegetal (seco) em etanol a 20%. Rendimento 3,8%. Doses para ensaio: 50, 100 e 200 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com extratos vegetal, submetidos aos testes comportamentais de labirinto em cruz elevado, campo aberto, locomotor (Rota-rod), claro/escuro e tempo de sono induzido por pentobarbital.

Observou-se que o extrato de J. pectoralis apresenta atividade ansiolítica, além da ausência de alteração no sistema locomotor e ação sedativa.

[ 5 ]

Anti-histamínica e Broncodilatadora

Anti-histamínica e Broncodilatadora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: decocção de 23,72 g do material vegetal (fresco) em 273,2 L de água. Concentração para ensaio (in vitro): 3,3 mg/kg. Dose para ensaio (in vivo): 3,3 mg.

In vitro:

Em músculo liso traqueal de porquinhos-da-Índia incubados com histamina e extrato vegetal, com posterior análise da contração muscular.

 

In vivo:

Em porquinhos-da-Índia portadores de pápulas induzidas por ovalbumina (OVA), tratados como o extrato vegetal e histamina, com posterior análise do diâmetro das pápulas.

Observou-se que o extrato de J. pectoralis apresenta atividades anti-histamínica, anti-inflamatória e broncodilatadora.

[ 3 ]

Anti-inflamatória e Broncodilatadora

Anti-inflamatória e Broncodilatadora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico a 20%. Rendimento: 12%. Doses para ensaio: 50, 200 e 400 mg/kg. Outras espécies em estudo: Torresea cearensis, Eclipta alba, Pterodon polygaliflorus e Hybanthus ipecacuanha.

In vitro:

Em fragmentos da traqueia de porquinhos-da-Índia incubados com extrato vegetal, e submetidos ao teste de contratilidade muscular induzido por carbacol.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais e submetidos a testes antinociceptivos e anti-inflamatórios (contorções abdominais induzidas por ácido acético, lambida de pata induzida por formalina, e edema de pata induzido por carragenina e dextrana).

Os extratos vegetais demonstram atividades antinociceptiva e anti-inflamatória, contudo a ação broncodilatadora apresenta-se mais potente para as espécies J. pectoralis e P. polygaliflorus.

[ 9 ]

Anti-inflamatória e Hormonal

Anti-inflamatória e Hormonal
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 1 kg do material vegetal (seco) em 5 L de metanol. Frações: éter de petróleo, acetato de etila, acetato de etila e água.

In vitro:

Em células de câncer de mama humano estrógeno dependente (MCF-7 K1) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da proliferação celular.

Em células de câncer de mama humano (MCF-7) transfectadas com o gene repórter Luciferase (ERE 2), incubadas com o extrato vegetal na presença de antagonista para o receptor de estrógeno, e análise da expressão dos genes pS2, PR e PTGES.

Em células osteossarcoma de humano (U2-OS) transfectadas com o gene repórter Luciferase (ERβ-CALUX) incubadas com o extrato vegetal com posterior análise dos níveis de estradiol.

Determinar a concentração inibitória média (CI50) através da ligação dos extratos vegetais e frações ao receptor 3H-progesterona, e a afinidade de ligação aos receptores ERα e ERβ.

Determinar a atividade da enzima COX 2, incubada com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de prostaglandinas E2, por imunoensaio.

 

Observou-se que J. pectoralis é agonista dos receptores de estrogênio e progesterona, além de demonstrar ação anti-inflamatória.

[ 6 ]

Anti-inflamatória e Relaxante muscular

Anti-inflamatória e Relaxante muscular
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato (1:7,5 p/v): maceração do material vegetal em etanol à 20%. Dose para ensaio (in vivo): 380 mg/kg.

In vitro:

Em anéis traqueais de ratos Wistar portadores de sensibilidade à ovalbumina, incubados com Ca2+, KCl ou ACh, na presença ou ausência do extrato vegetal, com posterior análise de contratilidade do músculo liso.

 

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de hipersensibilidade à ovalbunina (OVA), submetidos inalação de ovalbumina e tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da contratilidade do músculo da traqueia, dos níveis de citocinas (IL-β1 e TNF-α) e expressão gênica (TRPC1, TRPC4, TRPC5 e TRPC6).

Observou-se que o extrato de J. pectoralis apresenta atividade anti-inflamatória e relaxante da musculatura lisa.

[ 2 ]

Antibacteriana

Antibacteriana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato etanólico/diclorometano (1:1). Frações: éter de petróleo e acetato de etila. Concentração para ensaio: 1000 µg/mL.

In vitro:

Em cepas de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella typhimurium, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Enterococcus faecalis incubadas com os extratos vegetais e submetidas ao teste de diluição em ágar, com posterior análise do crescimento bacteriano.

 

O estudo demonstra que das 51 plantas analisadas, os extratos de Neurolaena lobata, Manihot utilíssima e Justicia pectoralis apresentam atividade antibacteriana mais potente.

[ 8 ]

Antibacteriana e Anti-inflamatória

Antibacteriana e Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato (10% p/v): material vegetal (seco) em água ou acetona:água (7:3 v/v).

In vitro:

Em células mononucleares de sangue periférico humano (PBMCs), esplenócitos de camundongos Balb/c e linhagens celulares neoplásicas TOLEDO (linfoma de células B), K562 (leucemia mielóide crônica), DU-145 (câncer de próstata) e PANC-1 (câncer de pâncreas) incubadas com extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade através dos ensaios MTT e exclusão do corante de azul de tripan.

Em cepas de Acinetobacter baumanii e Krebsiella pneumoniae isoladas e submetidas ao teste de microdiluição em ágar, para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e bactericida mínima (CBM).

Em esplenócitos de camundongos Balb/c incubados com extratos vegetais, com posterior análise dos níveis de citocinas (IL-17 e IFN-γ) por imunoabsorção enzimática (ELISA).

 

Observou-se que ambos os extratos vegetais apresentam atividade antitumoral e baixa toxicidade, contudo o extrato orgânico exibiu maior ação antibacteriana e anti-inflamatória.

[ 1 ]
Ensaios toxicológicos

Letalidade

Letalidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração do material vegetal (seco) em etanol a 99,8%. Concentrações para ensaio: 1, 10, 100 e 1000 µg/mL. Outras espécies em estudo: Acmella uliginosa, Ageratum conyzoides, Eugenia uniflora, Plectranthus neochilus, Moringa oleifera e Equisetum sp.

In vitro:

Determinar a concentração letal média (CL50) do extrato vegetal através do bioensaio em Artemia salina.

 

Neste estudo o extrato de J. pectoralis não apresenta toxicidade, contudo A. uliginosa exibe maior toxicidade, principalmente para o extrato a partir das flores.

[ 4 ]
Folha

Extrato fluido (3:1). Concentrações para ensaio (in vitro): 10, 100 e 1000 µg/mL.

In vitro:

Determinar a concentração letal média (CL50) através do bioensaio em Artemisia salina.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos ao ensaio de toxicidade, para determinar dose letal média (DL50).

Este estudo demonstra a similitude entre os resultados in vivo e in vitro, sendo o ensaio em A. salina indicado para estudos toxicológicos, assim, o extrato de Justicia pectoralis apresenta CL50 = 60,14 µg/mL e DL50 = 3531,11 mg/kg.

[ 7 ]

Referências bibliográficas

1 - NUNES, T. R. S. et al. Organic extract of Justicia pectoralis Jacq. leaf inhibits interferon-γ secretion and has bacteriostatic activity against Acinetobacter baumannii and Klebsiella pneumoniae. Evid Based Complement Alternat Med, p.1-10, 2018. doi: 10.1155/2018/5762368
2 - MOURA, C. T. M. et al. Inhibitory effects of a standardized extract of Justicia pectoralis in an experimental rat model of airway hyper-responsiveness. J Pharm Pharmacol, v. 69, n. 6, p.722-732, 2017. doi: 10.111/jphp.12689
3 - CAMERON, C. et al. Preliminary investigations of the anti-asthmatic properties of the aqueous extract of Justicia pectoralis (fresh cut). West Indian Med J, v. 64, n. 4, p. 320-324, 2015. doi: 10.7727/wimj.2014.149
4 - ARCANJO, D. D. R. et al. Bioactivity evaluation against Artemia salina leach of medicinal plants used in Brazilian Northeastern folk medicine. Braz J Biol, v. 72, n. 3, p.505-509, 2012. doi: 10.1590/s1519-69842012000300013
5 - VENÂNCIO, E. T. et al. Anxiolytic-like effects of standardized extract of Justicia pectoralis (SEJP) in mice: involvement of GABA/benzodiazepine in receptor. Phytother Res, v. 25, n. 3, p.444-450, 2011. doi: 10.1002/ptr.3274
6 - LOCKLEAR, T. D. et al. Estrogenic and progestagenic effects of extracts of Justicia pectoralis Jacq., an herbal medicine from costa rica used for the treatment of menopause and PMS. Maturitas, v. 66, n. 3, p.315-322, 2010. doi: 10.1016/j.maturitas.2010.04.001
7 - PARRA, A. L. et al. Comparative study of the assay of Artemia salina l. and the estimate of the medium lethal dose (LD50 value) in mice, to determine oral acute toxicity of plant extracts. Phytomedicine, v. 8, n. 5, p.395-400, 2001. doi: 10.1078/0944-7113-00044
8 - CHARIANDY, C. M. et al. Screening of medicinal plants from Trinidad and Tobago for antimicrobial and insecticidal properties. Ethnopharmacol, v. 64, n. 3, p.265-270, 1999. doi: 10.1016/s0378-8741(98)00130-5
9 - LEAL, L. K. et al. Antinociceptive, anti-inflammatory and bronchodilator activities of brazilian medicinal plants containing coumarin: a comparative study. J Ethnopharmacol, v. 70, n. 2, p.151-159, 2000. doi: 10.1016/s0378-8741(99)00165-8

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 35, 2011.
2 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 109, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Folha seca

100 g

Folha fresca

200 g

                                                               * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca rasurada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de folha fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Afecções das vias respiratórias superiores e inferiores.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Justicia pectoralis (folha - tintura 20% p/v em etanol 70%)

100 mL

Xarope simples

900 mL

 
Modo de preparo

Com o auxílio de uma proveta, medir a quantidade necessária do xarope simples e acrescentar a tintura e alcoolatura de acordo com a formula padrão. Misturar até a preparação se tornar homogenia.

Pode preparar o xarope simples no momento que for preparar o xarope composto, de acordo com a técnica descrita em xarope simples. Inicia-se o processo com a preparação do xarope simples, efetuando os cálculos de acordo com a quantidade de xarope simples necessário para a quantidade de xarope composto, na sequência, em uma temperatura abaixo de 50°C, acrescentar a tintura, homogeneizar, filtrar se necessário, envasar em frascos âmbar esterilizados e etiquetar.

Principais indicações

Tosses secas e produtivas em geral.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de sobremesa ou chá, 2 a 3 vezes ao dia, durante 7 a 10 dias.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Justicia pectoralis (folha tintura 10% p/v em etanol 70%)

100 mL

Achyrocline satureioides (flor - tintura 10% p/v em etanol 70%)

100 mL

Xarope simples

800 mL

 
Modo de preparo

Com o auxílio de uma proveta, medir a quantidade necessária do xarope simples e acrescentar as tinturas e alcoolaturas de acordo com a fórmula padrão. Misturar até a preparação se tornar homogênea.

Pode preparar o xarope simples no momento que for preparar o xarope composto, de acordo com a técnica descrita em xarope simples. Inicia-se o processo com a preparação do xarope simples, efetuando os cálculos de acordo com a quantidade de xarope simples necessário para a quantidade de xarope composto, na sequência, em uma temperatura abaixo de 50°C, acrescentar as tinturas, homogeneizar, filtrar, se necessário, envasar em frascos âmbar esterilizados e etiquetar.

Principais indicações

Tosses secas e produtivas em geral.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de sobremesa ou chá, 2 a 3 vezes ao dia, durante 7 a 10 dias.

Farmácia da Natureza
[ 4 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira rasa

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Afecções das vias respiratórias superiores e inferiores.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.

Uso oral: crianças acima de 3 anos devem tomar 3 mL (1 colher de chá caseira) do infuso por quilograma de peso corporal por dose, duas a três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 149-150.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 317.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 320-321.
4 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 89-90.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 , 9 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

ácido cafeico.

Ácidos graxos insaturados

palmítico e esteárico.

Alcaloides indólicos

Aminoácidos

betaína, fosfoserina, hidroxiprolina, treonina, serina, asparagina, prolina, glicina, alanina, ácidos α-aminobutírico e γ-aminobutírico, valina, isoleucina, leucina, fenilalanina, ornitina e lisina.

Cumarinas

1,2-benzopirona, dihidrocumarina e umbeliferona.

Fitosteróis

β-sitosterol.

Flavonoides

apigenina, swetiajaponina, swertesina e seus derivados.

Lignanas

justicidina B.

Óleos essenciais

Outras substâncias

2-metoxi-4-cromono, 3-isocromona, ácido 3-fenilpropiônico, ácido propiônico 3-(2-hidroxifenil), éster metílico do propiônico 3-(2-hidroxifenil) e ácido trimetilsilil 3-fenilpropiônico.

Polifenóis

ácido elágico.

Triptaminas

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 125. 
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 4.
3 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 7.
4 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 37.
5 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 131.
6 - NUNES, T. R. S. et al. Organic extract of Justicia pectoralis Jacq. leaf inhibits interferon-γ secretion and has bacteriostatic activity against Acinetobacter baumannii and Klebsiella pneumoniae. Evid Based Complement Alternat Med, p.1-10, 2018. doi: 10.1155/2018/5762368
7 - VENÂNCIO, E. T. et al. Anxiolytic-like effects of standardized extract of Justicia pectoralis (SEJP) in mice: involvement of GABA/benzodiazepine in receptor. Phytother Res, v. 25, n. 3, p.444-450, 2011. doi: 10.1002/ptr.3274
8 - DE VRIES, J. X. et al. Constituents of Justicia pectoralis Jacq. 2. Gas Chromatography/Mass Spectrometry of simple coumarins, 3-phenylpropionic acids and their hydroxy and methoxy derivatives. Biomed Environ Mass Spectrom, v. 15, n. 8, p.413-417, 1988. doi: 10.1002/bms1200150802
9 - JOSEPH, H. et al. Justicidin B, a cytotoxic principle from Justicia pectoralis. J Nat Prod, v. 51, n. 3, p.599-600. doi: 10.1021/np50057a030

Propagação: 

por divisão de ramos destacados lateralmente da planta mãe ou por estacas de 15 cm de comprimento, contendo de 5 a 7 pares de gemas e com apenas um par de folhas na parte apical da estaca. Estacas ou ramos enraizados devem ser inseridos em sacos plásticos contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1). Transferir para viveiro (sombrite 50%) permanecendo por 60 dias, posteriormente a este período devem ser transferidas para o plantio em local definitivo, em canteiros semi-sombreados com espaçamento de 30 cm entre plantas e 40 cm entre linhas. Plantas cultivadas a pleno sol apresentam maior teor de cumarina [ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

a irrigação deve ser realizada em dias alternados. Pode-se realizar a adubação, se necessário, com 5 kg de composto orgânico ou esterco (curtido e peneirado) para cada 1 m2 [ 1 , 2 ] .

Colheita: 

deve-se iniciar 3 meses após o plantio, antes do florescimento, no período da manhã entre 9 e 10 horas e 10 cm acima do solo. Segundo a sabedoria popular recomenda-se que a colheita das partes aéreas das plantas deva ser realizada na lua cheia [ 1 , 2 , 4 ] .

Pós-colheita: 

a secagem deve ser realizada em estufa de ar circulante, a temperatura de 45°C/36 horas, posteriormente a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada dentro do período de 4 meses. A cumarina, substância química presente nesta espécie é muito volátil e com o tempo pode ocorrer redução deste composto, comprometendo a qualidade do fitoterápico. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca, até a granulometria de 40 mesh, e posteriormente ser utilizada na preparação de tinturas e extrato [ 1 , 2 ] .

Problemas & Soluções: 

as folhas tornam-se amareladas quando a planta é cultivada em pleno sol ou verdes escuras em ambientes de sombra. Alguns autores afirmam que adubações orgânicas e minerais não influenciam o crescimento e a produção de biomassa da planta, contudo reduz o teor de óleo essencial na folhas. O fitoterápico pose ser preparado a partir das folhas frescas, caso não seja possível realizar a secagem adequada, evitando assim o crescimento de fungos. Plantas desidratadas inadequadamente e contaminadas por fungos, podem provocar quadros hemorrágicos, pela transformação da cumarina em dicumarol [ 2 , 4 ] .

Referências bibliográficas

1 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Agricultores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 17.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 123-125.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 37.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 131.
5 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1994, p. 80.

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2021
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2019
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